No entanto, os números mostram uma queda de 19,57% em relação ao desembolso realizado no mesmo período da safra anterior, 2023/24, que totalizou R$ 305,31 bilhões. Até o fim de fevereiro, foram realizados aproximadamente 1,407 milhão de contratos em todas as modalidades, o que representa uma redução de 13,3% em comparação com o mesmo período da temporada passada, que alcançou 1,622 milhão de contratos.
A análise técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta que essa queda nos desembolsos do Plano Safra deve persistir até o final da temporada. O assessor técnico de Política Agrícola da CNA, Guilherme Rios, destaca que essa diminuição não está relacionada à falta de demanda por parte dos produtores rurais, mas sim às dificuldades enfrentadas por eles para acessar os recursos oficiais, especialmente em um momento de maior seletividade no acesso a fontes privadas de crédito.
Rios menciona ainda que a redução das contratações de crédito oficial está relacionada ao aumento das taxas de juros, às burocracias no acesso e às restrições impostas aos diferentes portes de produtores rurais. Diante desse cenário, os produtores têm buscado alternativas no mercado privado e nos títulos agrícolas para suprir a demanda por financiamentos, uma vez que o volume previsto para o Plano Safra atual pode não ser integralmente aplicado.
No que diz respeito às modalidades e programas do Plano Safra 2024/25, os números revelam que os financiamentos para custeio, investimento, comercialização e industrialização apresentaram quedas significativas em relação à safra anterior. O Pronaf, Pronamp e as operações destinadas aos grandes produtores também registraram valores menores no período analisado.
Em suma, o cenário atual do Plano Safra reflete as transformações e desafios enfrentados pelo setor agrícola, sobretudo no que se refere ao acesso ao crédito e à busca por alternativas financeiras diante das condições adversas do mercado.