Em um vídeo compartilhado em seu perfil no Instagram, Coelho fez questão de parabenizar a Comissão pela postura adotada na nota, destacando que o general Tomás se posicionou de maneira que, segundo ele, evidencia uma “submissão e conivência” com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O desembargador foi enfático ao mencionar a “covardia” da atuação do comandante em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segundo ele, é o único militar que se encontra detido fora de uma unidade militar, o que contraria o Estatuto dos Militares.
A crítica de Coelho não é um fenômeno isolado. Desde a prisão de Bolsonaro, em 22 de novembro, o desembargador tem utilizado suas redes sociais para externar sua desaprovação e questionar a postura do comandante do Exército. Ao ser questionado sobre as manifestações, o Exército Brasileiro optou por não se pronunciar, afirmando que questões de natureza pessoal não representam a instituição.
Além disso, a Comissão de Interclubes Militares emitiu uma nota com severas críticas ao processo judicial, afirmando que as decisões referentes às prisões são excessivas e desproporcionais. Os signatários da nota argumentam que as penas aplicadas são mais severas do que as impostas a crimes comuns, como homicídios e corrupção.
Os oficiais da reserva que compõem a Comissão insistem que, discordar dessas decisões não implica em ataque às instituições, mas sim uma reafirmação da necessidade de observância rigorosa ao devido processo legal, especialmente em casos que possam ter implicações significativas para a liberdade dos indivíduos. Eles ressaltam que alguns dos envolvidos nas prisões têm mais de 40 anos de serviço ao país, o que deveria ter sido considerado no processo.
No centro dessa crise estão os ex-comandantes das Forças Armadas que, durante o governo de Jair Bolsonaro, foram processados e condenados por sua participação na tentava de desacreditar o resultado das eleições de 2022. As penas variam de 19 a 26 anos de prisão, destacando-se o caso do almirante Almir Garnier, que cumpre 24 anos, e o general Braga Netto, por 26 anos. Essa situação não apenas agita o meio militar, mas também levanta debates sobre as diretrizes legais e éticas que regem as Forças Armadas no Brasil.









