Descoberto o Maior Centro de Armazenamento Urartiano em Ruínas de Castelo na Turquia: Achados Prometem Revolucionar Entendimento da Agricultura Antiga.

Escavações arqueológicas no Castelo de Kevenli, situado no distrito de Ipekyolu, em Van, na Turquia, trouxeram à tona uma descoberta fascinante: o maior centro de armazenamento da civilização urartiana já identificado. Equipes de pesquisadores desenterraram 76 jarros de cerâmica, conhecidos como pithoi, que estão marcados com inscrições cuneiformes, revelando um elaborado sistema de registros e controle de inventário de produtos agrícolas que datam do século IX ao VII a.C.

Embora a estrutura do Castelo de Kevenli seja modesta em comparação com outras fortalezas da era urartiana, esse sítio arqueológico revela um importante papel na logística agrícola da região da Planície de Van. A quantidade significativa de jarros encontrados sugere que Kevenli serviu como um centro regional de armazenamento e distribuição, crucial para a economia da civilização que prosperou na Idade do Ferro.

O professor Rifat Kuvanç, da Universidade de Igdir, observou que essa descoberta superou as expectativas iniciais em relação à capacidade de armazenamento do local. A riqueza de informações extraídas dos pithoi fornece detalhes sobre os volumes e tipos de mercadorias armazenadas, evidenciando um sistema sofisticado de gerenciamento dos recursos disponíveis. Além disso, vestígios de sementes encontrados no interior de alguns jarros sugerem que análises de DNA antigo podem enriquecer ainda mais o conhecimento sobre a agricultura dos urartianos.

O castelo também revelou um conduto de água de terracota, fundamental para a manutenção das câmaras de armazenamento, demonstrando a engenhosidade dos urartianos em engenharia hidráulica. Essa infraestrutura indica que os assentamentos daquela época eram complexos e bem organizados.

Outro aspecto intrigante da descoberta inclui fragmentos de gesso pintado encontrados no local, que sugerem que algumas paredes do castelo eram adornadas com murais, o que pode indicar que o Castelo de Kevenli não apenas funcionava como um depósito, mas também desempenhava funções administrativas ou cerimoniais.

Os arqueólogos identificaram ainda “louças palacianas”, artefatos associados à elite urartiana, um dos quais apresenta a figura de um leão, simbolizando a riqueza cultural da sociedade. Localizado a apenas 10 quilômetros de Tushpa, a antiga capital urartiana, Kevenli ocupava uma posição estratégica, ideal para proteger a fértil planície e servir como ponto logístico. Esta descoberta não só ilumina a complexidade da vida cotidiana na Urartiana, mas também reafirma a importância histórica desse povo na história da região.

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