Os arqueólogos envolvidos no estudo contaram com a ajuda de anciãos e especialistas para documentar as pinturas, que representam não apenas o cenário ao redor das comunidades indígenas, mas também negociações ritualizadas com os reinos espirituais. O arqueólogo Jamie Hampson, da Universidade de Exeter, destacou a coincidência entre o testemunho indígena e os motivos específicos da arte rupestre, algo incomum em suas pesquisas anteriores ao redor do mundo.
Algumas das pinturas datam de cerca de 11.000 anos e retratam cenas de transformações de pessoas em animais, assim como híbridos de plantas com seres humanos, representando os espíritos da floresta que protegem a vida selvagem. O estudo, publicado na revista Advances in Rock Art Studies, revela a profunda vivência espiritual dos povos amazônicos, que acreditavam em negociações com os espíritos para garantir o sucesso da caça e outras atividades.
Por meio da arte rupestre, esses povos preenchiam a lacuna entre o mundo humano e o não humano, pintando animais e outros símbolos em paredes de pedra com pigmento vermelho como parte de rituais. A colaboração com os anciãos indígenas permitiu uma compreensão mais profunda e especializada desses registros, revelando a importância da preservação dessa arte sagrada para a compreensão da cosmovisão desses povos.
As descobertas feitas na Serranía De La Lindosa representam um marco na arqueologia, fornecendo insights valiosos sobre as crenças e práticas espirituais dos povos indígenas da Amazônia. A arte rupestre se revela como uma janela única para o passado, permitindo que a ciência e a sociedade compreendam melhor a rica história e cultura dessas comunidades ancestrais.
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