A casa, que data entre o final do século II e o início do século III d.C., constitui uma evidência significativa do modo de vida próspero dos moradores da região, especialmente em um período pós-Guerra Marcomanas, quando a Dácia experimentou uma fase de estabilidade. Os arqueólogos encontraram várias joias de bronze, contas de vidro e elementos de mobiliário decorados, que refletem a riqueza e o status de seus proprietários, possivelmente comerciantes ou oficiais aposentados.
A caixa de bronze, meticulosamente adornada, destaca-se como uma das descobertas mais fascinantes deste sítio. Representando a fachada de um templo romano, a peça é considerada única na antiga Dácia e provavelmente tinha uma função ritual, destinada a armazenar oferendas ou objetos sagrados. O artefato sugere uma conexão profunda entre a prática religiosa e o cotidiano dos antigos dácios, evidenciando um sincretismo cultural que uniu as crenças romanas e locais.
Potaissa, que foi estabelecida por volta de 168 d.C. sob o imperador Marco Aurélio, era cercada por uma sociedade vibrante, com ruas pavimentadas, oficinas e armazéns. A domus recentemente descoberta, com sua arquitetura complexa e atmosfera de conforto, revela não apenas a opulência do lar, mas também a intersecção entre a disciplina militar e a devoção espiritual que caracterizava a vida na fronteira do império. Assim, esta descoberta não apenas ilumina aspectos da vida diária, mas também a rica tapeçaria cultural que existia entre os romanos e os dácios durante um período crucial da história antiga.