Hatshepsut, que reinou por aproximadamente duas décadas, fez história ao ser uma das raras figuras femininas a ascender ao trono egípcio. O templo, localizado nas rochas de Deir el-Bahari, logo após o início do Vale dos Reis, foi um projeto ambicioso da faraó. No entanto, sua sucessão por Tutemés III, seu enteado, resultou em uma campanha de destruição de diversas esculturas associadas à rainha, refletindo a complexidade política da época.
O arqueólogo Zahi Hawass, que lidera as escavações, destacou em coletiva de imprensa a importância da descoberta, afirmando que os vestígios encontrados oferecem novas perspectivas sobre o templo e a vida religiosa durante o reinado de Hatshepsut. Desde setembro de 2022, a equipe tem trabalhado na área, revelando não apenas a fundação do templo, mas também uma rica coleção de inscrições e tumbas de pedra que datam do Império Médio.
Entre os achados estão artefatos de grande importância, como mesas cerâmicas destinadas a oferendas e sepultamentos em rocha datados da 17ª Dinastia. Adicionalmente, uma tumba pertencente a Jehuti-Mes, um importante administrador da rainha Teti Sheri, foi igualmente descoberta, assim como parte da necrópole de El-Assasif.
Em um desdobramento fascinante, os arqueólogos também encontraram moedas de bronze com a imagem de Alexandre, o Grande, que remontam ao período de Ptolomeu I, estendendo assim a relevância histórica das escavações a um período posterior do Antigo Egito. Essas descobertas não apenas jogam luz sobre a história da era de Hatshepsut, mas também fornecem um contexto sobre a continuidade das tradições e mudanças ao longo dos séculos no Egito Antigo.