A primeira e mais intrigante revelação é uma pequena peça de pedra esculpida que apresenta dois rostos humanos, um deles em alto-relevo e o outro com um contorno mais suave e quase etéreo. Essa dualidade, conforme explicam os arqueólogos, pode sugerir identidades ou estados simbólicos distintos, aumentando a compreensão sobre o modo como as pessoas daquela época concebiam a vida e a morte.
Além disso, um artefato notável, uma conta de basalto minúscula, também foi descoberta. Este pequeno objeto, provavelmente usado como adorno ou amuleto, demonstra o alto nível de habilidade técnica dos habitantes locais na microescultura. Tais peças não são apenas raras, mas também revelam uma conexão estética e simbólica que ultrapassa os limites de Sefertepe, ligando-a a um contexto cultural mais amplo.
A segunda grande ocorrência foi a descoberta de uma chamada “sala dos crânios”, onde 22 crânios humanos foram encontrados sem qualquer associação a outros ossos. Essa formação indica a possibilidade de rituais complexos relacionados à memória e à seleção de mortos, sugerindo uma prática funerária que priorizava o simbolismo e a reverência. Em contraste, outros sete indivíduos foram encontrados enterrados de forma mais tradicional, com esqueletos completos, o que aponta para uma variedade de rituais funerários coexistentes dentro do mesmo assentamento.
Essas descobertas em Sefertepe não apenas reforçam a ideia de que a região de Tas Tepeler é rica em atividade cultural, mas também destacam a importância de entender as nuances do simbolismo em sociedades neolíticas. A combinação de artefatos delicados e complexidade nos rituais mortuários oferece um vislumbre profundo de uma sociedade que se expressava em múltiplos níveis, revelando tanto sua interação social quanto suas crenças mais íntimas. Essa pesquisa continua a enriquecer nosso conhecimento sobre a história da humanidade e a evolução das práticas culturais ao longo do tempo.
