Descoberta revela competição de predadores gigantes nos oceanos há 130 milhões de anos na costa da Colômbia e Caribe.

Os oceanos há 130 milhões de anos eram verdadeiras arenas de batalha entre predadores gigantes, como revelado por uma recente revisão de estudos que descobriu fósseis de dinossauros marinhos enormes ao longo da costa da Colômbia e do Caribe. Essa descoberta sugere que os mares na região, durante o período Cretáceo, eram extremamente violentos e cheios de competitividade.

Segundo a análise realizada, os mares atingiam o sétimo nível trófico, o que indica a presença de predadores gigantes que se alimentavam exclusivamente de outros animais carnívoros de grande porte. Essa complexa cadeia alimentar envolvia predadores impressionantes, como o Monquirasaurus boyacensis, que era do tamanho de um ônibus, competindo com centenas de outras espécies na região de Paja, na Colômbia.

Os pesquisadores publicaram sua revisão na revista científica Zoological Journal of the Linnean Society, reconstruindo a rede alimentar desse ecossistema com base em dados de fósseis descobertos na região, que hoje é terrestre, mas na época era parte de um mar aberto com águas quentes e ricas em alimentos.

A região de Paja se desenvolveu como um ambiente marinho logo no início do período Cretáceo, após a separação da Pangeia em Laurásia e Gondwana. A intensa competição por alimentos levou ao surgimento de espécies ancestrais de golfinhos e crocodilos, que competiam e interagiam por comida em uma das redes mais complexas já estudadas.

Os pesquisadores descreveram essa competição como uma espécie de corrida armamentista evolutiva, na qual prosperavam as espécies que desenvolviam características como nadadeiras afiadas e presas fortes. A bióloga Dirley Cortés, autora principal do estudo, ressaltou a importância de entender essa complexidade para rastrear a evolução dos ecossistemas ao longo do tempo.

O estudo também enfatiza a importância de ecossistemas robustos para o desenvolvimento de predadores, mostrando que sem uma base alimentar sólida, representada por peixes e outras criaturas de níveis tróficos inferiores, os predadores gigantes não teriam sobrevivido. Com as mudanças de temperatura na água, a biodiversidade diminuiu e algumas espécies provavelmente se extinguiram antes mesmo do impacto do meteoro que marcou o fim da era dos dinossauros.

Portanto, essa descoberta lança luz sobre a evolução dos ecossistemas marinhos e como a competição trófica intensa moldou a diversidade que vemos hoje nos oceanos. Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de mais novidades sobre o assunto.

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