Este artefato, destacado como um dos mais notáveis e bem preservados encontrados na região, oferece uma janela para as crenças de civilizações passadas em relação a doenças graves. A descoberta do amuleto vem acompanhada de estudos preliminares, que sugerem que ele pode elucidar aspectos sobre como as sociedades antigas percepcionaravam e buscavam tratar o câncer. As inscrições e a iconografia presentes no objeto revelam uma rica intersecção entre medicina e espiritualidade na Grécia antiga.
O amuleto apresenta uma representação de um caranguejo, que, de acordo com o conhecimento histórico, está intimamente ligado ao termo grego “karkinos”, utilizado para designar o câncer. Essa nomenclatura se origina das observações do famoso médico Galeno de Pérgamo, que notou a semelhança entre a aparência das veias ao redor dos tumores e as patas de um caranguejo. Essa ligação entre a forma do tumor e o animal marinho revela como a observação da natureza influenciava a compreensão médica na época.
Datado do período helenístico, que vai de 323 a 30 a.C., o amuleto não apenas serve como um objeto de curiosidade arqueológica, mas também como um testemunho das práticas médico-religiosas de um tempo em que a linha entre ciência e crença era tênue. A presença de desejos escritos para a cura da doença reforça a ideia de que os habitantes de Pisidia Antioquia não apenas buscavam remédios físicos, mas também a intervenção divina ou espiritual para suas aflições.
Esse achado na Turquia sublinha a importância das investigações arqueológicas na compreensão da história da medicina e da luta humana contra doenças ao longo dos séculos. A descoberta vem sendo vista como uma peça vital que poderá expandir o conhecimento sobre as tradições médicas antigas e suas contribuições para o desenvolvimento da medicina moderna.