O fragmento encontrado, que representa uma parte significativa do arco da sobrancelha do capacete, é notável não apenas pela sua riqueza ornamental, mas também por suas implicações históricas. A curvatura característica do fragmento sugere que ele era parte de um capacete elaborado, possivelmente utilizado em cerimônias ou eventos simbólicos, ao invés de combates, uma perspectiva reforçada pela análise dos pesquisadores, que indicam que Lejre não era um local de conflito durante a Idade do Ferro Germânica.
Os arqueólogos da ROMU, uma organização cultural responsável pela preservação de sítios históricos na região, confirmaram que o fragmento foi encontrado em duas partes que se encaixaram perfeitamente, como peças de um quebra-cabeça. A combinação dos elementos decorativos do artefato, como o uso da granada — uma pedra frequentemente associada à força — sugere que ele possui um valor significativo além da estética, evidenciando vínculos comerciais e culturais entre Lejre e outras regiões, como a Inglaterra e a Suécia.
John Ljungkvist, um pesquisador sênior da Universidade de Uppsala, destacou que a construção deste capacete é única, com a particularidade de que o arco da sobrancelha foi feito em uma única peça, diferentemente de outros capacetes da época que apresentavam vários encaixes. Esta característica singular reforça a ideia de que o capacete era um símbolo distintivo de status.
Os resultados da exploração na Dinamarca são um convite à reflexão sobre a complexa rede de interações que existiam entre as elites da Escandinávia na Antiguidade e podem contribuir significativamente para o entendimento da história pré-viking na Europa. O fragmento, que em breve será exposto ao público, representará uma janela fascinante para o passado, promovendo um maior reconhecimento das culturas que precederam a era dos vikings.