Fomalhaut possui cerca de 440 milhões de anos e é cercada por um disco de detritos formado por rochas e poeira resultantes de colisões entre planetesimais. Esse ambiente é crítico para a formação de exoplanetas e, portanto, a análise do disco em torno de Fomalhaut pode oferecer insights valiosos sobre a origem dos sistemas planetários. Entretanto, a detecção direta de exoplanetas em discos de detritos é desafiadora, já que os planetas em formação não são facilmente visíveis. A equipe de pesquisadores, liderada por Joshua Lovell e Jay Chittidi, teve de ajustar suas abordagens para investigar a morfologia do disco e inferir a presença de corpos celestes massivos que poderiam estar moldando sua estrutura.
Além do gradiente de excentricidade, os cientistas notaram que uma parte do disco, localizada a sudeste, apresenta largura significativamente maior do que a parte noroeste. Essa assimetria sugere que planetas ocultos podem estar influenciando a forma do disco, esculpindo suas bordas e criando lacunas. Os pesquisadores propuseram dois cenários: a existência de um planeta potencial entre 109 e 115 unidades astronômicas (UA) e outro entre 70 e 75 UA, que, juntos, poderiam explicar as estruturas observadas.
As investigações ainda estão em estágios iniciais e os instrumentos disponíveis não são sensíveis o suficiente para detectar diretamente os planetas que poderiam estar exercendo influência sobre o disco. Contudo, os dados obtidos oferecem uma base sólida para futuras análises e pesquisas sobre a dinâmica do sistema planetário de Fomalhaut. O entendimento das variações de brilho e da composição do disco pode não apenas revelar a história de Fomalhaut, mas também ampliar as nossas percepções sobre a formação de sistemas planetários em geral.