Descoberta de selos cilíndricos na Mesopotâmia revela conexões entre protocuneiformes e as primeiras formas de escrita da humanidade, datando de 3.200 a.C.

Um recente estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Bolonha lança luz sobre as origens da escrita, identificando uma conexão intrigante entre os primeiros sinais protocuneiformes e imagens antigas gravadas em selos cilíndricos da Mesopotâmia, especialmente na região que hoje corresponde ao Iraque. De acordo com a pesquisa, publicada na respeitável revista Antiquity, os primeiros sistemas de escrita conhecidos surgiram por volta de 3200 a.C., na forma do cuneiforme, que representava sons e significados de maneira mais complexa. Entretanto, esse sistema tinha um precursor, o protocuneiforme, utilizado entre 3350 e 3000 a.C.

Os selos cilíndricos descobertos são pequenos objetos de pedra adornados com intrincados entalhes, que foram rolados sobre tábuas de argila. A partir de meados do quarto milênio a.C., eles passaram a ser utilizados em Uruk, uma das cidades mais antigas e influentes da Mesopotâmia. Esses selos estavam ligados a um sistema de contabilidade que monitorava a produção, armazenamento e transporte de bens, com especial atenção para itens têxteis e agrícolas.

Estudos recentes confirmaram que as imagens encontradas nesses selos, algumas com cerca de seis mil anos, possuem uma relação próxima com os primeiros sinais protocuneiformes. A equipe de pesquisa, liderada pela professora Ferrara, identificou padrões recorrentes nos selos, como aqueles relacionados com a movimentação de tecidos e cerâmicas. Tal descoberta sugere que os símbolos presentes nos selos poderiam ter influenciado o desenvolvimento do protocuneiforme.

Além disso, os pesquisadores notaram que os motivos presentes em selos de épocas anteriores não se assemelham tanto aos ícones protocuneiformes quanto os desenhos de selos mais recentes. Essa discrepância oferece novos e valiosos insights sobre a evolução das tradições simbólicas que culminaram na invenção da escrita, revelando uma interligação entre diferentes períodos históricos e seus modos de comunicação. Essas descobertas enriquecem nossa compreensão não apenas sobre a Mesopotâmia, mas também sobre a evolução da comunicação e da organização social da humanidade.

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