O dr. Frederick Hardtke, um arqueólogo australiano da Universidade Macquarie, liderou a equipe responsável pela descoberta. Ele explica que o petróglifo retrata “a cabeça de um mamífero, com duas orelhas ou chifres, e um corpo escamoso que lembra um peixe”. Esse estilo artístico e a presença de outra figura semelhante a um camaleão nas proximidades sugerem que ambas as imagens podem ter sido criadas ao mesmo tempo, possivelmente entre os séculos I a.C. e I d.C. Essa época coincide com a introdução dos signos zodiacais no Egito durante o período greco-romano.
Os pesquisadores apontam que a associação de Capricórnio com a Mesopotâmia é histórica, com registros desse signo sendo usados por sumérios e acadianos já em 2112 a.C. Esses povos o representavam como um peixe-cabra, associado ao deus Enki, que por sua vez se vinculava à constelação de Capricórnio. Com o tempo, a influência da Mesopotâmia se espalhou, chegando à Grécia no século V a.C. e posteriormente a Roma entre os séculos I e II d.C.
A presença de zodíacos no Egito remonta a pelo menos 300 a.C., com as primeiras representações encontradas em tetos de templos ptolomaicos. Durante o período greco-romano, os egípcios, especialmente da elite, estavam cientes dos signos zodiacais, e horóscopos começaram a ser produzidos em grande escala.
A descoberta do petróglifo tem implicações profundas para os estudos da arte e da astrologia na antiguidade. Os pesquisadores envolvido no projeto estão confiantes de que a imagem representa de fato Capricórnio e foi produzida em um contexto que mescla crenças e práticas culturais da época. As futuras investigações sobre esse e outros achados nas proximidades prometem revelar ainda mais sobre as interações sociais e culturais entre diferentes civilizações da antiguidade.