A peça em questão é um fragmento de máscara de ator, esculpido em terracota e datado do século II a.C. A máscara representa um sátiro, a famosa divindade menor associada a Dionísio, o deus do vinho e do teatro. O achado, que mede aproximadamente 30 centímetros, apresenta o lado esquerdo do rosto da figura mitológica, ostentando detalhes pintados que incluem um olho com contorno azul e uma barba e bigode avermelhados, características típicas das máscaras utilizadas na Nova Comédia grega.
Os arqueólogos enfatizam a importância desta descoberta, não apenas pelos seus aspectos estéticos, mas também pelo seu significado funcional. As dimensões, os elementos estilísticos e as perfurações que permitiriam a fixação de tiras indicam que se trata de um adereço usado em performances teatrais, em vez de uma simples máscara votiva em escala reduzida. Essa análise é um grande avanço para o entendimento do papel do teatro na vida social e religiosa de Fanagoria, que durante séculos serviu como um importante centro cultural e comercial.
Esses descobrimentos não apenas rebatem a narrativa histórica do teatro na Antiguidade, mas também reafirmam a ligação estreita entre a Grécia clássica e suas colônias ao longo do Mar Negro, revelando um panorama mais amplo da influência e legado cultural grego. À medida que os arqueólogos continuam suas investigações, a expectativa é que novos achados venham enriquecer ainda mais nossa compreensão sobre esta fascinante época da história.