Essas inscrições, embora parcialmente preservadas, fornecem informações valiosas sobre a estrutura política e religiosa de Cobá durante este período. De acordo com os registros arqueológicos, Ix Ch’ak Ch’een ascendeu ao título de kaloomte’, uma posição militar e política de alta relevância, no ano de 569 d.C. Além disso, ela foi associada a significativos projetos de construção, incluindo um campo de jogo de bola no Grupo D e a celebração de um ciclo k’atun em 573 d.C.
Os textos encontrados não apenas atestam sua posição de poder, mas também estabelecem conexões com divindades maçônicas, como K’awiil e Bolon Tz’akab Ajaw. Essas relações sublinham a importância dos aspectos sagrados de seu governo, pois símbolos associados à água e à serpente mítica witz’ reforçam a interdependência do poder político com o ambiente natural, um tema recorrente nas culturas pré-colombianas.
Além disso, comparações com outras inscrições de cidades maias, como a de Okop (Yo’okop), sugerem que Cobá poderia ter mantido alianças diplomáticas com o poderoso reino de Kaanul, o que demonstra a complexidade das relações sociais e políticas no mundo maia. Com uma área de aproximadamente 80 km² e uma população que chegava a 50 mil habitantes em seu auge, Cobá foi um dos principais centros da civilização maia.
Essa revelação não apenas acrescenta conhecimento sobre a política de Cobá, mas também proporciona uma nova perspectiva sobre o papel das mulheres na liderança política e religiosa ao longo da história maia, um aspecto frequentemente negligenciado na historiografia tradicional. Com isso, a descoberta de Ix Ch’ak Ch’een lançará novas luzes sobre a rica tapeçaria cultural desses antigos povos.
