Entre os túmulos identificados, três pertencem a mulheres que viveram na primeira metade do século IX, um período considerado o início da Era Viking. Os achados incluem joias valiosas, moedas raras e implementos têxteis, indicando a riqueza e a complexidade social da comunidade na qual essas mulheres estavam inseridas. Os arqueólogos do Museu Universitário de Bergen destacam que tal descoberta sugere que o local era atraente para viajantes em busca de um porto seguro, o que facilitou o intercâmbio comercial e cultural.
Um dos túmulos chama atenção pelo seu formato, que imita a silhueta de um barco, e contém várias relíquias. A sepultura mais elaborada, identificada como a de uma mulher de alta patente, incluiu 11 moedas de prata, tendo algumas delas origens na cidade de Hedeby, na Dinamarca, e outros itens como contas de vidro e ferramentas de tecelagem. Esta chave de bronze encontrada na sepultura é um símbolo do elevado status social da falecida, apontando para uma posição de liderança dentro da família.
Além dos túmulos já escavados, os arqueólogos acreditam que há muitos outros na área, potencialmente até 20. Isso torna a região um ponto focal para o estudo das mulheres vikingas, revelando que elas não apenas desempenhavam papéis importantes como chefes de família, mas também estavam envolvidas ativamente na produção, no comércio e na liderança comunitária.
A diversidade e a rareza dos itens encontrados – que demonstram uma conexão comercial vasta com locais distantes, incluindo o Oriente Médio e o resto da Europa – desafiam as percepções comuns sobre a Era Viking, frequentemente centradas exclusivamente nos homens. A pesquisa em andamento promete expandir o nosso conhecimento sobre a sociedade viking, a partir de uma perspectiva mais equilibrada, que considere as contribuições das mulheres nesses tempos antigos.
