A análise genética revelou que, contrariamente à crença comum de que as estruturas sociais da época eram predominantemente patrilocais — em que os homens permanecem nas comunidades de suas famílias enquanto as mulheres se deslocam —, a evidência sugere que era comum para os homens se mudarem para as famílias de suas esposas. Os resultados indicam uma organização social onde as mulheres ficavam em suas localidades, reconhecendo uma possível estrutura matrilocal na comunidade, em que os recém-casados se integravam ao grupo familiar feminino ao invés de formar novas unidades familiares na casa dos homens.
Essas descobertas desafiam muitas suposições existentes sobre a organização social das sociedades da Idade do Ferro e fornecem novos insights sobre os vínculos familiares e as relações sociais daquele período. Embora o estudo não tenha sido conclusivo sobre a existência de um sistema matriarcal, as evidências apresentadas recontextualizam nossa compreensão das interações sociais e das normas de residência na época celta.
Este estudo é particularmente significativo para os campos da arqueologia e da genética, pois combina métodos modernos de análise do DNA com interpretações históricas, lançando uma nova luz sobre as práticas familiares de comunidades passadas. A pesquisa foi publicada na renomada revista científica Nature, e seus resultados têm o potencial de influenciar o entendimento sobre as antigas comunidades britânicas e suas complexas relações sociais.