Em meio a esse cenário preocupante, o chefe dos bombeiros da província, José Miguel Basset, alertou para o perigo das notícias falsas que circulavam nas redes sociais, prejudicando o trabalho dos serviços de emergência e causando problemas de ordem pública.
Diversas fake news se espalharam, como a evacuação fictícia de um município inteiro, alegações de avenidas de água em cidades especificas causando mais vítimas e a interrupção do número de emergência 112. Uma notícia particularmente perigosa afirmava que barragens próximas de Valência teriam se rompido, levando a um novo tsunami de água iminente sobre a região.
Além disso, membros da extrema-direita e adeptos de teorias da conspiração divulgaram a falsa notícia de que as enchentes eram resultado da abertura deliberada das comportas de uma grande represa pelo governo espanhol. Essas informações, sem embasamento, apenas contribuíram para disseminar o pânico e a desinformação.
Enquanto isso, a população local contou com a ajuda de milhares de voluntários para limpar as ruas e garagens, demostrando solidariedade em meio à tragédia. No entanto, em alguns casos, a presença desses voluntários acabou dificultando o trabalho das equipes de resgate, impedindo-as de acessar determinadas áreas.
A raiva e a indignação das vítimas do desastre se fizeram sentir em Paiporta, onde o rei Felipe VI e a rainha Letizia foram alvo de insultos e agressões verbais durante uma visita à área. Os monarcas decidiram interromper o restante do programa de visitas por precaução, diante do clima hostil.
Em momentos como este, a disseminação de informações falsas e sensacionalistas apenas contribui para a confusão e o caos. A sociedade espanhola enfrenta não apenas as consequências devastadoras do desastre natural, mas também o desafio de lidar com a desinformação e a má utilização das redes sociais em momentos críticos como esse.