Desafios de Tarcísio de Freitas no Embate Político com o Eleitorado Feminino em São Paulo
O aumento da violência contra mulheres em São Paulo lança um grande desafio para o governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos, em sua busca por conquistar o eleitorado feminino, uma prioridade para as próximas eleições de 2026. Recentes pesquisas indicam que Tarcísio enfrenta uma notável resistência entre as eleitoras, o que pode comprometer suas aspirações políticas, tanto para um eventual pleito à Presidência da República quanto para uma reeleição ao governo estadual.
Neste contexto, a primeira-dama Cristiane Freitas tem assumido um papel cada vez mais relevante no Palácio dos Bandeirantes. Sua visibilidade nas redes sociais e na participação em eventos oficiais visa humanizar a imagem do governador e estreitar laços com o público feminino. Estratégias como essa se tornam essenciais, pois a rejeição entre eleitoras é uma barreira que Tarcísio precisa superar.
Sondagens eleitorais recentes expõem o descompasso na aceitação do governador. Dados mostram que ele apresenta uma aprovação consideravelmente maior entre os homens, com uma diferença superior a 10 pontos percentuais em relação às mulheres. Essa disparidade é preocupante, uma vez que governadores anteriores em São Paulo costumavam ter uma avaliação mais equilibrada ou favorável entre os dois gêneros.
A luta de Tarcísio se intensifica ainda mais devido à forte presença do ex-presidente Jair Bolsonaro na política brasileira. Enquanto Tarcísio busca apoio no bolsonarismo para solidificar sua base, essa aproximação pode afastá-lo ainda mais das mulheres, cuja rejeição ao ex-presidente é notável. Pesquisas apontam que, em um hipotético segundo turno, o ex-presidente Lula teria uma significativa vantagem entre o eleitorado feminino, consolidando 58% das intenções de voto, enquanto Tarcísio alcançaria apenas 25%.
Em resposta à crítica orientação de sua gestão em relação às mulheres, Tarcísio e sua equipe têm implementado uma série de políticas voltadas ao público feminino, incluindo iniciativas ligadas à segurança e assistência social. A primeira-dama lidera o Fundo Social de São Paulo, estabelecendo novas oportunidades e estruturas de apoio para as mulheres. Esta abordagem, no entanto, enfrenta desafios, dado o crescente número de casos de feminicídio no estado, que aumentaram significativamente desde o início da gestão de Tarcísio.
Entre as ações voltadas para as mulheres, a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres foi um marco, mas o orçamento destinado a essa pasta permanece preocupantemente baixo. Para 2025, a previsão é que o investimento continue limitado, o que levanta questões sobre a real prioridade das questões femininas na agenda do governo.
Com uma realidade onde a violência contra a mulher atinge índices alarmantes, a necessidade de um discurso mais eficaz e de políticas públicas que ataquem diretamente essas questões é crucial. A falta de uma abordagem firme e visível pode levar a um distanciamento ainda maior do eleitorado feminino, colocando em risco a viabilidade política de Tarcísio nas próximas eleições. Essa complexa encruzilhada entre suas alianças políticas e as demandas do eleitorado feminino evidencia a urgência de um compromisso mais profundo e efetivo na luta contra a violência de gênero.









