Desaceleração econômica chinesa impacta mercado global de petróleo: vendas caem e OPEP toma medidas para manter participação.

A China, um dos maiores consumidores de petróleo do mundo, vem apresentando sinais de desaceleração no consumo de combustíveis. De acordo com analistas financeiros, a demanda por petróleo no país asiático começou a diminuir antes do previsto, o que tem preocupado os fornecedores globais.

No primeiro semestre de 2024, as importações de petróleo na China registraram uma queda de 3,4% em relação ao ano anterior. Esse cenário levou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a estender seus cortes voluntários de produção, visando equilibrar a oferta e a demanda no mercado.

Além do avanço dos carros elétricos na China, que tem reduzido a dependência do país por gasolina, outros fatores contribuem para a queda na demanda por petróleo. Os Estados Unidos impuseram tarifas sobre automóveis chineses, o que afetou as exportações e impulsionou a produção e venda de veículos elétricos no mercado interno chinês.

Para incentivar ainda mais a adoção de carros elétricos, o governo chinês implementou um amplo programa de estímulos, isentando do imposto de compra quem adquirir automóveis elétricos, híbridos ou movidos a hidrogênio nos próximos quatro anos. Essa medida, somada aos descontos oferecidos pelas montadoras, tem contribuído para as flutuações no mercado de petróleo.

Apesar do crescimento significativo da eletrificação no transporte chinês, ainda existem desafios tecnológicos a serem superados. A produção de baterias para veículos elétricos requer metais raros, como lítio, cobalto e níquel, cuja extração causa danos ambientais. Além disso, a reciclagem das baterias ainda é um problema não resolvido, gerando incertezas quanto ao futuro dos motores a combustão.

Apesar dos desafios, a China continua sendo um importante mercado para os fornecedores de petróleo, com previsão de aumento na demanda nos próximos anos. A geopolítica do petróleo também desempenha um papel relevante, com a Rússia sendo um dos principais parceiros comerciais da China nesse setor. Ainda assim, as incertezas e desafios ambientais apontam para a necessidade de encontrar soluções sustentáveis para a transição energética no país.

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