Desabamento do Aterro Ouro Verde Levanta Preocupações Ambientais
A recente queda massiva de resíduos no aterro sanitário Ouro Verde, localizado em Padre Bernardo, no Entorno do Distrito Federal, está gerando grande preocupação e comoção na comunidade. O incidente ocorreu na última quarta-feira (18 de junho) e foi registrado em um novo vídeo feito por drone, que revela a impressionante extensão dos resíduos que se deslocaram do aterro, alcançando um vale adjacente.
Esse desastre, além de causar transtornos imediatos, levanta questões sérias sobre a segurança e a integridade ambiental da região. O aterro Ouro Verde, que já acumula oito autos de infração e enfrenta uma série de ações judiciais, encontra-se sob investigação tanto do Ministério Público de Goiás (MPGO) quanto do Ministério Público Federal (MPF).
As novas imagens capturadas pelo drone mostram a magnitude do deslizamento e o caminho, ora ocupado por uma colina de lixo, que os resíduos percorreram, ressaltando a gravidade da situação. De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente de Goiás, os corpos hídricos da região, como o Rio do Sal e o Córrego Santa Barbara, estão contaminados. A secretária Andréa Vulcanis fez um alerta claro: "Ninguém deve utilizar água desses corpos hídricos, pois a contaminação pode causar sérios danos à saúde humana."
As complicações não param por aí. Desde março deste ano, a Justiça já tinha determinado a suspensão da destinação de resíduos para aterros sem licença ambiental válida, com o Ouro Verde sendo especificamente mencionado. A decisão judicial estabelece que a inobservância dessa norma acarretará uma multa diária de R$ 5 mil.
O aterro, que operou por anos sob uma liminar, estava instalado em uma Área de Preservação Ambiental e ficou sob os holofotes devido a diversas denúncias de irregularidades. A atuação do MPGO, que levou a proposição de ações civis públicas e embargos por parte de órgãos como o ICMBio, demonstra a seriedade do caso. Embora a Justiça tenha embargado suas atividades em 2018, uma liminar concedida posteriormente permitiu sua continuidade, gerando um ciclo de controvérsias jurídicas.
Recentemente, a Justiça também determinou a suspensão do processo licitatório relacionado ao Aterro Ouro Verde, dado que não atende aos requisitos de licenciamento ambiental. É um verdadeiro imbróglio que demanda atenção e ação urgentemente, tanto do ponto de vista legal quanto ambiental, em uma área que já convive com diversos problemas relacionados ao manejo de resíduos.