Desabamento da igreja de São Francisco em Salvador (BA): uma tragédia que alerta para a precariedade de igrejas históricas no Brasil.

Na última quarta-feira (5/2), um trágico incidente abalou a cidade de Salvador, na Bahia. A histórica Igreja de São Francisco, conhecida como “igreja de ouro” devido aos seus adornos dourados internos, teve parte do seu teto desabado, resultando na morte de uma turista de 26 anos, identificada como Giulia Panchoni Righetto, de Ribeirão Preto (SP). A edificação, considerada uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no mundo, já apresentava sinais de deterioração, como indicado em uma fiscalização realizada pelo Iphan em junho de 2023, que classificou a condição da igreja como “ruim”.

No entanto, o caso da Igreja de São Francisco não é um evento isolado. Dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional apontam que outras 99 igrejas e edificações religiosas que compõem o patrimônio nacional estão em condições precárias de conservação. Esse cenário alarmante se estende por diversas cidades brasileiras, com destaque para Minas Gerais, que lidera a lista de igrejas em situação “ruim” ou “péssima”, abrangendo locais como Mariana, Ouro Preto e Diamantina.

Mariana, cidade que ainda se recupera das consequências do rompimento da barragem da Vale em 2015, enfrenta problemas de conservação em diversas igrejas, como a Capela de Nossa Senhora dos Anjos da Arquiconfraria de São Francisco e a Igreja de Nossa Senhora da Glória. Ouro Preto, conhecida por receber milhares de turistas anualmente, também apresenta igrejas em condições precárias, como a Igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia. Esses casos evidenciam a urgência de medidas de preservação e restauro para proteger o rico patrimônio arquitetônico e cultural do país.

Além disso, cidades como Rio de Janeiro, Recife e Olinda também enfrentam desafios semelhantes, com igrejas históricas em condições ruins ou péssimas de conservação. A falta de manutenção adequada desses monumentos representa não apenas uma ameaça ao seu valor histórico, mas também à segurança das pessoas que frequentam esses locais. É fundamental que órgãos responsáveis e instituições atuem de forma efetiva na preservação desse patrimônio, garantindo sua integridade e valorização para as gerações futuras.

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