Derrota do governo Lula na votação do marco temporal: maioria dos deputados e senadores da base vota contra veto do presidente

Na votação realizada nesta quinta-feira pelo Congresso Nacional, o governo do presidente Lula sofreu uma derrota significativa. A maioria dos deputados e senadores da base votaram para derrubar o veto do presidente ao marco temporal, incluindo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), que votou contra o veto do presidente. Além disso, outros ministros também voltaram provisoriamente ao Senado para a aprovação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal.

De acordo com um levantamento feito pelo GLOBO, na Câmara dos Deputados, os partidos de Centrão com cargos na Esplanada dos Ministérios deram apenas 24 votos para o governo e 183 votos contrários à manutenção do veto. Isso inclui o União, o Republicanos, o PSD, o PP e o MDB. Em outras palavras, apenas 11% dos deputados dessas duas siglas defenderam o voto de Lula.

No Senado, União, Republicanos e PP foram unânimes na derrubada do veto. Enquanto isso, MDB e PSD se dividiram. Na primeira sigla, 4 votaram para derrubar o veto e 3 votaram contra. No PSD, foram 8 votos contra o veto e cinco a favor. Entre os votos do PSD pela derrubada do veto está o do ministro Carlos Fávaro, que voltou provisoriamente ao Senado. O ministro Renan Filho, por sua vez, votou pela manutenção do veto.

A situação do governo no Senado, no entanto, costuma ser mais delicada nesses partidos. As negociações para as entradas de PP e Republicanos no governo, por meio das indicações de André Fufuca e Silvio Costa Filho para o ministério, se deram muito mais com as bancadas da Câmara. No caso do Senado, os integrantes desses dois partidos estão mais alinhados ao bolsonarismo, como os ex-ministros Ciro Nogueira e Tereza Cristina, e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão.

A derrota do governo Lula revela a dificuldade em manter a coesão dentro da base aliada. A diversidade de interesses e as constantes negociações mostram que o governo terá que trabalhar duro para manter o apoio dos parlamentares nos próximos debates e votações no Congresso Nacional.

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