De acordo com um levantamento feito pelo GLOBO, na Câmara dos Deputados, os partidos de Centrão com cargos na Esplanada dos Ministérios deram apenas 24 votos para o governo e 183 votos contrários à manutenção do veto. Isso inclui o União, o Republicanos, o PSD, o PP e o MDB. Em outras palavras, apenas 11% dos deputados dessas duas siglas defenderam o voto de Lula.
No Senado, União, Republicanos e PP foram unânimes na derrubada do veto. Enquanto isso, MDB e PSD se dividiram. Na primeira sigla, 4 votaram para derrubar o veto e 3 votaram contra. No PSD, foram 8 votos contra o veto e cinco a favor. Entre os votos do PSD pela derrubada do veto está o do ministro Carlos Fávaro, que voltou provisoriamente ao Senado. O ministro Renan Filho, por sua vez, votou pela manutenção do veto.
A situação do governo no Senado, no entanto, costuma ser mais delicada nesses partidos. As negociações para as entradas de PP e Republicanos no governo, por meio das indicações de André Fufuca e Silvio Costa Filho para o ministério, se deram muito mais com as bancadas da Câmara. No caso do Senado, os integrantes desses dois partidos estão mais alinhados ao bolsonarismo, como os ex-ministros Ciro Nogueira e Tereza Cristina, e o ex-vice-presidente Hamilton Mourão.
A derrota do governo Lula revela a dificuldade em manter a coesão dentro da base aliada. A diversidade de interesses e as constantes negociações mostram que o governo terá que trabalhar duro para manter o apoio dos parlamentares nos próximos debates e votações no Congresso Nacional.