Apesar da ampla aprovação, a medida gerou controvérsias significativas. Analistas e eleitores passaram a criticar a PEC, atribuindo a ela nomes pejorativos como “PEC da Bandidagem” e “PEC da Malandragem”. Em menos de 72 horas após a votação, ao menos quatro deputados se sentiram compelidos a usar suas redes sociais para se desculpar com os eleitores por suas escolhas na votação.
Merlong Solano, do PT, foi um dos que se manifestaram. Ele explicou que seu apoio à PEC da Blindagem foi parte de uma estratégia política a fim de manter um canal de diálogo com a Presidência da Câmara e aliado do governo, Hugo Motta, com o objetivo de barrar a discussão sobre a anistia a crimes eleitorais e promover pautas como a isenção do Imposto de Renda. No entanto, Solano lamentou que o acordo pretendido não teve o efeito desejado, ilustrando que a votação ocorreu em condições irregulares, com a reintrodução do voto secreto.
Pedro Campos, do PSB, também declarou que sua decisão de apoiar a PEC tinha o intuito de afastar o Centrão da Direita e evitar discussões sobre anistia para crimes contra a democracia. Ele, no entanto, reconsiderou e anunciou que apresentará um mandado de segurança no STF para contestar a votação.
Thiago de Joaldo, do PP, reconheceu seu erro ao apoiar a PEC. Ele ressaltou que é contra a perseguição por crimes de opinião e enfatizou a importância de assumir os erros. Por sua vez, Sylvie Alves, do União-GO, admitiu ter cometido um “erro gravíssimo” e mencionou ter sofrido pressões e ameaças, embora sem fornecer muitos detalhes.
A PEC da Blindagem altera o artigo da Constituição que exige a autorização do Congresso Nacional para a abertura de processos contra parlamentares, consolidando a imunidade parlamentar e estendendo o foro privilegiado para presidentes de partidos, que terão seus casos julgados apenas no Supremo Tribunal Federal. O texto agora segue para o Senado, onde deverá enfrentar novos desafios e debates.