Deputados federais gastam mais de R$ 1 milhão no Posto da Torre, epicentro da Lava Jato, desde o início das investigações.



No centro das atenções, os deputados federais continuaram a marcar presença no Posto da Torre, local que se tornou o epicentro da Operação Lava Jato. Ao longo do período de investigação, que teve início em março de 2014 e se estendeu até o final do ano passado, os políticos realizaram gastos no estabelecimento em impressionantes 7.214 ocasiões, totalizando um montante de cerca de R$ 1,12 milhão proveniente do erário público.

Os valores foram repassados através da chamada Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, sendo que mais de 99% das compras efetuadas pelos parlamentares no local referiam-se a combustíveis, somando um total de R$ 1.125.681,53 ao longo de mais de uma década. Além dos abastecimentos, os congressistas também frequentaram o posto para refeições em sete oportunidades e adquiriram publicações de revistas ou jornais em outras três ocasiões. Destaca-se ainda a ocorrência de dois casos de despesas classificadas como “divulgação parlamentar” e “consultorias”.

Dentre os frequentadores do estabelecimento, encontram-se membros do alto escalão do governo, bem como alguns deputados investigados pela própria Operação Lava Jato. Os dados revelados em um levantamento exclusivo realizado pelo veículo de comunicação confirmam a continuidade das transações no Posto da Torre, mesmo após seu envolvimento no escândalo criminal que abalou as estruturas políticas do país.

Ao se analisar o período compreendido pela Operação Lava Jato, verificou-se que os deputados gastaram R$ 728.788,78 em 5.370 ocasiões somente no referido posto de combustíveis. Mais de 780 parlamentares de 39 siglas diferentes utilizaram os recursos da cota parlamentar em pelo menos três legislaturas distintas, evidenciando a amplitude dos gastos e a diversidade partidária dos envolvidos.

Destaca-se ainda o fato de que, dentro das normas estabelecidas pela Câmara dos Deputados, a utilização da cota em postos de combustíveis não configura irregularidade. No entanto, a continuidade das transações no Posto da Torre, mesmo após sua associação com a Operação Lava Jato, levanta questionamentos sobre a ética e a transparência dos gastos públicos por parte dos parlamentares.

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