Os valores foram repassados através da chamada Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar, sendo que mais de 99% das compras efetuadas pelos parlamentares no local referiam-se a combustíveis, somando um total de R$ 1.125.681,53 ao longo de mais de uma década. Além dos abastecimentos, os congressistas também frequentaram o posto para refeições em sete oportunidades e adquiriram publicações de revistas ou jornais em outras três ocasiões. Destaca-se ainda a ocorrência de dois casos de despesas classificadas como “divulgação parlamentar” e “consultorias”.
Dentre os frequentadores do estabelecimento, encontram-se membros do alto escalão do governo, bem como alguns deputados investigados pela própria Operação Lava Jato. Os dados revelados em um levantamento exclusivo realizado pelo veículo de comunicação confirmam a continuidade das transações no Posto da Torre, mesmo após seu envolvimento no escândalo criminal que abalou as estruturas políticas do país.
Ao se analisar o período compreendido pela Operação Lava Jato, verificou-se que os deputados gastaram R$ 728.788,78 em 5.370 ocasiões somente no referido posto de combustíveis. Mais de 780 parlamentares de 39 siglas diferentes utilizaram os recursos da cota parlamentar em pelo menos três legislaturas distintas, evidenciando a amplitude dos gastos e a diversidade partidária dos envolvidos.
Destaca-se ainda o fato de que, dentro das normas estabelecidas pela Câmara dos Deputados, a utilização da cota em postos de combustíveis não configura irregularidade. No entanto, a continuidade das transações no Posto da Torre, mesmo após sua associação com a Operação Lava Jato, levanta questionamentos sobre a ética e a transparência dos gastos públicos por parte dos parlamentares.