A denúncia da PGR destaca que os deputados, juntamente com outras pessoas, teriam solicitado propina ao prefeito do município, Eudes Sampaio Nunes, em troca da liberação de recursos federais. O líder do grupo, segundo a investigação, seria Josimar Maranhãozinho, que já havia sido flagrado com maços de dinheiro em outra apuração.
A Procuradoria aponta que os denunciados formaram uma organização criminosa com o objetivo de comercializar indevidamente emendas parlamentares. Diversas conversas foram interceptadas, revelando as tratativas dos parlamentares sobre os repasses de recursos para São José do Ribamar.
Em uma das conversas, Josimar e o agiota Josival Cavalcanti, conhecido como “Pacovan”, discutem abertamente sobre as emendas investigadas. Pastor Gil também é citado, consultando Josimar sobre a destinação de recursos para municípios e sugerindo um valor específico para São José do Ribamar.
Após a autorização das emendas, o foco passou a ser a solicitação de propina, com Pacovan atuando como intermediário. Ele teria emprestado dinheiro à organização criminosa e cobrado do prefeito a devolução de parte dos recursos federais provenientes das emendas.
Diante das negativas do prefeito de São José do Ribamar em realizar os pagamentos, os deputados Josimar e Pastor Gil teriam tentado articular com Eudes. A situação se agravou em 2020, quando o prefeito, segundo Pacovan, teria fugido com medo de tratar do assunto das emendas parlamentares em uma reunião agendada.
O caso agora está em pauta para julgamento no Supremo Tribunal Federal, onde o ministro Cristiano Zanin determinou que a denúncia seja apreciada em 25 de fevereiro. A PGR também destaca a participação de um lobista e de um agiota no suposto esquema de desvio de emendas parlamentares.