Os números da votação mostram que houve 18 votos contrários à prisão, três abstenções e sete ausências, sendo uma delas do próprio Chiquinho Brazão. As ausências e abstenções foram coordenadas pelo Centrão, grupo político que buscava favorecer o parlamentar preso. No entanto, o esforço foi em vão, pois a maioria dos deputados votou pela manutenção da detenção, com um placar de 277 votos a favor, 129 contrários e 28 abstenções. Era necessário um mínimo de 257 votos para que a prisão fosse mantida.
Dentre os ausentes na sessão estava o vice-presidente do PT, Washington Quaquá, que justificou sua falta alegando uma virose. Quaquá afirmou que, mesmo presente, não teria participado da votação em acordo com o Centrão. Por outro lado, o líder do Solidariedade na Câmara, Áureo Ribeiro, mesmo ausente por motivos de saúde, declarou que orientou sua bancada a votar a favor da prisão de Chiquinho Brazão.
Alguns deputados fluminenses que estavam presentes na sessão também se abstiveram de votar, como os representantes do PP: Bebeto, Doutor Luizinho e Julio Lopes. O ex-prefeito do Rio, Marcelo Crivella, posicionou-se contra a manutenção da prisão após estar presente durante a apreciação do caso na Comissão de Constituição e Justiça.
Os parlamentares que defenderam a derrubada da prisão de Chiquinho Brazão, como a ex-ministra do Turismo Daniela do Waguinho, o pré-candidato à prefeitura do Rio, Otoni de Paula, e Gutemberg Reis, citaram diferentes argumentos em suas justificativas. Otoni de Paula, por exemplo, afirmou não haver provas contra o parlamentar acusado.
Diante das divergências na votação, o deputado Chico Alencar, do PSOL, criticou os colegas que se posicionaram contra a manutenção da prisão de Brazão, apontando para o que ele considera “milicialização da política” e a influência de esquemas criminosos no cenário político do estado. A divisão e os argumentos expostos durante a votação evidenciaram as diferentes visões e posturas dos deputados federais fluminenses em relação ao caso.