Deputados do Rio se omitem em votação pela manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, mandante do assassinato de Marielle Franco

Na votação realizada no plenário da Câmara dos Deputados na última quarta-feira, a bancada do Rio de Janeiro se dividiu em relação à manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, deputado federal acusado de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco. Dos 46 parlamentares fluminenses, 28 optaram por não se posicionar a favor da detenção de Brazão.

Os números da votação mostram que houve 18 votos contrários à prisão, três abstenções e sete ausências, sendo uma delas do próprio Chiquinho Brazão. As ausências e abstenções foram coordenadas pelo Centrão, grupo político que buscava favorecer o parlamentar preso. No entanto, o esforço foi em vão, pois a maioria dos deputados votou pela manutenção da detenção, com um placar de 277 votos a favor, 129 contrários e 28 abstenções. Era necessário um mínimo de 257 votos para que a prisão fosse mantida.

Dentre os ausentes na sessão estava o vice-presidente do PT, Washington Quaquá, que justificou sua falta alegando uma virose. Quaquá afirmou que, mesmo presente, não teria participado da votação em acordo com o Centrão. Por outro lado, o líder do Solidariedade na Câmara, Áureo Ribeiro, mesmo ausente por motivos de saúde, declarou que orientou sua bancada a votar a favor da prisão de Chiquinho Brazão.

Alguns deputados fluminenses que estavam presentes na sessão também se abstiveram de votar, como os representantes do PP: Bebeto, Doutor Luizinho e Julio Lopes. O ex-prefeito do Rio, Marcelo Crivella, posicionou-se contra a manutenção da prisão após estar presente durante a apreciação do caso na Comissão de Constituição e Justiça.

Os parlamentares que defenderam a derrubada da prisão de Chiquinho Brazão, como a ex-ministra do Turismo Daniela do Waguinho, o pré-candidato à prefeitura do Rio, Otoni de Paula, e Gutemberg Reis, citaram diferentes argumentos em suas justificativas. Otoni de Paula, por exemplo, afirmou não haver provas contra o parlamentar acusado.

Diante das divergências na votação, o deputado Chico Alencar, do PSOL, criticou os colegas que se posicionaram contra a manutenção da prisão de Brazão, apontando para o que ele considera “milicialização da política” e a influência de esquemas criminosos no cenário político do estado. A divisão e os argumentos expostos durante a votação evidenciaram as diferentes visões e posturas dos deputados federais fluminenses em relação ao caso.

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