Os parlamentares justificam o pedido citando uma série de ações desfavoráveis de Trump em relação ao Brasil e seus cidadãos, como a imposição de tarifas comerciais elevadas e a revogação do visto de autoridades brasileiras, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Os deputados consideram que essas sanções exigem uma resposta diplomática do Brasil, caracterizada como “enérgica e proporcional”. Neste contexto, a proposta de declarar Trump como persona non grata é vista como a medida mais indicada.
Os integrantes do PT enfatizam que essa ação não se trata de um ato hostil, mas sim de uma defesa legítima da soberania nacional e da integridade das instituições brasileiras. Eles argumentam que a falta de uma posição firme diante de uma agressão dessa magnitude poderia estabelecer um precedente perigoso, demonstrando ao mundo uma suposta aceitação de violações à independência do Brasil. A defesa da autonomia do Judiciário e do Estado Democrático de Direito é ressaltada como um dever inegociável de todos os Poderes da República.
Este pedido ocorre em um contexto mais amplo de tensões diplomáticas. Em fevereiro de 2024, o Brasil já havia enfrentado uma situação semelhante, quando o governo de Israel declarou Lula como “persona non grata” em resposta a comentários do presidente brasileiro, que haviam comparado as ações de Israel contra os palestinos ao Holocausto. O termo “persona non grata” é utilizado por países para declarar um representante estrangeiro indesejado, privando-o dos privilégios e imunidades diplomáticas e impedindo sua entrada ou permanência no território nacional.
Essa iniciativa dos deputados petistas reflete não apenas uma crítica à postura do ex-presidente Trump, mas também uma tentativa de redefinir as relações diplomáticas do Brasil com os Estados Unidos sob uma nova perspectiva, alinhada com os princípios de soberania e dignidade nacional. A proposta ainda deve passar por avaliação dentro do governo, mas já gera polêmica e debate sobre os limites da diplomacia e das relações internacionais.