Glauber Braga, em depoimento ao qual tivemos acesso, contou que ao ocupar a Mesa Diretora da Câmara em um protesto contra uma votação iminente de sua cassação, foi obrigado a deixar o local por ordem do presidente da casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). O deputado acusou os policiais de utilizarem uma “força sem precedentes” para removê-lo, alegando ter sofrido lesões no braço e danos a seu paletó. Após o ocorrido, ele foi submetido a um exame de corpo de delito, cujo resultado será divulgado em breve.
Durante os relatos, Sâmia Bomfim, esposa de Glauber, declarou que também foi retirada do plenário por policiais masculinos, apesar da presença de agentes do sexo feminino, gerando questionamentos sobre a condução da operação. Célia Xakriabá corroborou as alegações de Sâmia e relatou que os policiais disseram que a ordem era retirar os deputados “imediatamente, com o uso da força”. Segundo Célia, ela foi arrastada, imobilizada e sofreu uma queda que a deixou com dores nas costas e um pé torcido. Após o registro de ocorrência, as deputadas se dirigiram ao Instituto de Medicina Legal (IML) para realizar exames.
O episódio provocou um clamor no plenário, com imagens mostrando a resistência de Glauber enquanto outros deputados protestavam e filmavam a ação. A tensão aumentou, pois a situação precedia a votação de um projeto de lei que chegaria a revisar penas de figuras políticas controversas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A atmosfera já polarizada no Congresso se intensificou não apenas pelas questões de ética e transparência em ámbito legislativo, mas também pela forma como os protocolos de segurança estão sendo aplicados, levantando debates sobre liberdade de expressão e abuso de poder. O episódio lançará uma sombra sobre as próximas discussões políticas, acirrando ainda mais os ânimos em um momento crítico da política brasileira.
