Deputados do PL contrariam orientação do partido e votam a favor do ajuste fiscal do governo Lula. Rebeldes não são bolsonaristas.

Na noite desta terça-feira (18/12), onze deputados do Partido Liberal (PL), que tem ligações com o ex-presidente Jair Bolsonaro, decidiram contrariar a orientação da legenda e votaram a favor do primeiro projeto de ajuste fiscal proposto pelo governo Lula. Esses parlamentares são considerados membros da ala mais “raiz” do PL, caracterizada por ser pragmática e menos ideológica.

O motivo que levou esses deputados a discordarem do partido foi a questão do SPVAT, antigo DPVAT, seguro obrigatório para veículos terrestres. O PL havia negociado com o relator do projeto, Átila Lira (PP-PI), a inclusão do fim do seguro. No entanto, o relator recuou de última hora, o que irritou a bancada bolsonarista, que defendia a extinção do DPVAT.

A deputada Bia Kicis (PL-DF) explicou a situação: “A minoria estava disposta a colaborar, e colaborou com a construção do texto, porque sabemos que é importante que haja um ajuste fiscal, ainda que esteja longe daquele desejado, com corte de gastos, verdadeiramente. Veja o que está acontecendo na Argentina: estão cortando gastos, e está havendo superávit, fartura, pouca inflação, uma maravilha! Há uma aceitação enorme do Presidente. Infelizmente, o acordo feito foi traído. O DPVAT, que seria revogado nesse projeto, sumiu do texto, sem aviso. Presidente, nós temos que ficar atentos para não sermos enganados e passados para trás”.

Os deputados do PL que votaram com o governo Lula foram: Detinha (PL-MA), João Carlos Bacelar (PL-BA), Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Junior Lourenço (PL-MA), Luiz Carlos Motta (PL-SP), Pastor Gil (PL-MA), Robinson Faria (PL-RN), Tadeu Oliveira (PL-CE), Tiririca (PL-SP), Vinícius Gurgel (PL-AP) e Zé Vitor (PL-MG).

A atitude desses parlamentares do PL mostra uma divisão interna dentro do partido, onde questões pragmáticas prevaleceram sobre a orientação partidária. O posicionamento desses deputados pode indicar uma mudança na relação entre o PL e o governo Bolsonaro, especialmente em temas sensíveis como ajuste fiscal e políticas econômicas. É importante observar como essa divisão interna afetará futuras votações e alianças políticas dentro do partido.

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