Deputados Avaliam Impactos da Mineração em Craíbas e Moradores Alertam Sobre Explosões e Poeira na Comunidade

Na última terça-feira, a Câmara Municipal de Craíbas foi palco de uma audiência pública histórica, convocada por um grupo de deputados estaduais para discutir os impactos da mineração na região. O evento contou com a participação dos parlamentares Ronaldo Medeiros (PT), presidente da comissão, Sílvio Camelo (PV), Ricardo Nezinho (MDB) e Fernando Pereira (PP), além de representantes das Defensorias Públicas da União e do Estado de Alagoas, vereadores locais, e moradores de comunidades afetadas.

Um dos pontos críticos levantados durante a audiência foi o aumento das explosões nas minas, que têm gerado sérios impactos, como a elevação na quantidade de poeira e os reflexos na saúde e bem-estar da população urbana. A mineradora Vale Verde também se fez presente com uma equipe de assessoria de imprensa, que documentou a reunião.

Nas redes sociais, residentes da região expressaram sua insatisfação em relação à aparente inércia dos deputados na investigação das atividades da mineradora, especialmente em comparação com outros problemas locais, como a precariedade no fornecimento de água, administrado por Casal e Conasa. Os internautas criticaram a falta de ações contundentes em relação a questões que envolvem tarifas elevadas e cortes de água considerados arbitrários.

Durante a audiência, o vereador Nando Rosendo destacou que a Prefeitura de Craíbas recebeu um montante de R$ 19 milhões para implementar medidas de mitigação dos danos relacionados à mineração. No entanto, segundo Rosendo, até o momento, o prefeito Teo Pereira não forneceu prestações de conta sobre o uso desses recursos, nem anunciou ações concretas para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos impactados.

A Defensoria Pública da União, representada pelo defensor público Diego Bruno Martins Alves, também esteve presente para relatar a situação das ações civis públicas em tramitação na Justiça Federal. Alves explicou que o órgão começou a acompanhar a situação em 2021 e está buscando responsabilizar a mineradora por danos causados à população local, apesar das licenças ambientais que a empresa possui.

O defensor anunciou algumas conquistas judiciais, como a decisão que refuta a alegação da mineradora de que as rachaduras nas residências vizinhas resultam de construções de baixa qualidade. Em uma visita recente às áreas afetadas, a juíza federal, o defensor e moradores presenciaram uma explosão “simulada” com o intuito de demonstrar que os sons não seriam a causa dos danos, o que levantou ainda mais questionamentos sobre as práticas da mineradora.

Uma nova audiência pública foi agendada para o dia 22 de outubro, com a expectativa de contar com a presença de autoridades municipais e representantes da mineradora, permitindo a continuidade do debate e o monitoramento mais eficaz da situação. Os deputados estaduais expressaram a importância de acompanhar a questão de forma mais ativa, garantindo transparência e eficiência nas responsabilidades relacionadas à mineração na região.

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