As operações, denominadas Operação Zargun e Operação Bandeirante, envolvem uma ampla mobilização de forças policiais, incluindo a Polícia Federal, a Polícia Civil e o Ministério Público. Ao todo, foram expedidos 18 mandados de prisão preventiva e 27 ordens de busca e apreensão, abrangendo locais estratégicos, incluindo a sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Além disso, os envolvidos nas operações terão bens bloqueados que somam cerca de R$ 40 milhões.
Entre os detidos, destacam-se Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como “Índio do Lixão”, apontado como figura de destaque no Comando Vermelho, e Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, também conhecido como “Dudu”, que é assessor próximo a TH. As investigações sugerem que o deputado utilizou seu mandato para beneficiar a facção criminosa, até mesmo nomeando aliados para ocuparem cargos na Alerj.
A Polícia Federal revelou que a organização criminosa sob investigação estava envolvida em atividades de importação de armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, que eram revendidos até para facções rivais. O Ministério Público do Rio de Janeiro também identificou ligações de TH Joias com áreas de alta criminalidade, como os complexos da Maré, Alemão e Parada de Lucas, onde operavam no tráfico de drogas e na comercialização de armas, além da movimentação de grandes quantidades de dinheiro.
TH Joias, que chegou à Assembleia Legislativa como suplente em 2024 após a morte do deputado Otoni de Paula Pai, é conhecido por seu trabalho como designer de joias personalizadas, que conquistaram a atenção de artistas e atletas brasileiros, como Poze do Rodo, L7 e o jogador Vini Jr.
Em resposta à gravidade da situação, o MDB decidiu expulsar imediatamente o deputado, afirmando que ele não estava mais alinhado com a orientação partidária. O desdobramento dessas operações gera uma intensa repercussão e levanta questões sobre a integridade e a segurança das instituições públicas no estado.