O parlamentar menciona que recursos provenientes da Presidência da República estariam sendo empregados em uma “estrutura paralela de comunicação.” Essa estrutura, segundo Gayer, seria organizada em conjunto com agências privadas contratadas e órgãos do governo federal, com o propósito de disseminar conteúdo político-partidário nas plataformas digitais, por meio do que ele classifica como “uso indevido de dinheiro público”.
Gayer chama atenção para a recente iniciativa do Partido dos Trabalhadores (PT) que, em 2 de julho, lançou o site “Influenciadores com Lula”. A proposta é explícita: recrutar e organizar influenciadores digitais para promover ações da campanha “Taxação BBB – Bilionários, Bancos e Bets”, diretamente ligada ao governo. A plataforma permite que os usuários se cadastrem para apoiar o governo, sugerindo diferentes maneiras de contribuir, seja disseminando conteúdo, organizando eventos ou liderando esforços em suas localidades.
O deputado argumenta que há indícios preocupantes de que influenciadores e agências de publicidade estariam recebendo verbas públicas da Secretaria de Comunicação Social (Secom), de diversos ministérios e até de bancos públicos, com a finalidade de criar e propagar narrativas favoráveis ao governo. Gayer sugere que essas ações possam estar interligadas a campanhas eleitorais partidárias, incluindo disparos coordenados de conteúdo.
Além disso, o deputado critica a suposta “omissão” do Judiciário, que, segundo ele, foi severo em momentos anteriores contra estruturas semelhantes vinculadas à oposição, mas estaria permanecendo em silêncio sobre as novas movimentações de influenciadores e agências em prol do governo atual. Caso a CPI seja instaurada, deverão ser investigados quais influenciadores e agências estão sendo financiados com recursos públicos, os valores recebidos e eventuais conexões entre o governo e campanhas de manipulação narrativa nas redes sociais.