A falta de transparência na identificação dos padrinhos das emendas vem sendo um ponto central de conflito entre o Supremo e o Congresso Nacional. A ausência de informação sobre quem indica os repasses nas emendas, aliada ao aumento da cota desse tipo de verba no orçamento, tem levantado questionamentos e suspeitas sobre desvios de recursos envolvendo obras financiadas por essas emendas.
No caso específico de Maranhãozinho, ele é acusado de cobrar propina de um prefeito em troca do envio de emendas parlamentares. A defesa do deputado argumenta que a Procuradoria-Geral da República não apresentou provas concretas de que Maranhãozinho tenha sido o responsável por indicar as emendas suspeitas enviadas a uma cidade no Maranhão.
Segundo a investigação, Maranhãozinho e outros dois deputados solicitaram propina ao prefeito de uma cidade para liberar recursos federais. A defesa do deputado contesta a denúncia, alegando que não há evidências de como o envolvimento de Maranhãozinho no suposto esquema teria ocorrido, nem de como ele teria se beneficiado.
O embate entre o STF e o Congresso em relação à transparência das emendas parlamentares tem gerado tensões desde 2024, quando o ministro Flávio Dino decidiu bloquear parte desses repasses. A questão da transparência e rastreabilidade das emendas tem sido um ponto crucial nesse embate, com o objetivo de dar mais clareza e controle sobre a destinação dos recursos públicos.
Recentemente, o Congresso aprovou uma resolução que visa dar mais transparência aos repasses de emendas, porém, o texto aprovado ainda apresenta brechas que permitem a ocultação dos autores das emendas. A polêmica em torno da transparência e controle desses recursos continua sendo um tema sensível no cenário político nacional.