Deputado Glauber Braga ocupa presidência da Câmara em protesto contra risco de cassação e acusa perseguição política por parte de colegas.

Na tarde de terça-feira, 9 de dezembro, a Câmara dos Deputados foi palco de um episódio marcante protagonizado pelo deputado Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro, que decidiu ocupar a cadeira da presidência, antes pertencente ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). O ato, que gerou uma série de reações tanto no plenário quanto na imprensa, foi motivado por uma série de eventos que culminaram com a decisão de pautar o pedido de cassação do mandato de Braga.

O processo em questão envolve um incidente em que o deputado foi acusado de agredir um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) nos corredores da Câmara. O Conselho de Ética já havia recomendado a cassação de seu mandato, uma decisão que, segundo ele, se baseia em uma suposta perseguição política. O parlamentar alega que sua reação foi provocada por ofensas direcionadas a sua mãe, que enfrenta problemas de saúde graves.

Braga aproveitou sua presença na mesa diretora para denunciar o que classificou como uma “ofensiva” contra seu mandato, ressaltando que o foco dessa movimentação era exclusivamente ele, enquanto outros casos de políticos envolvidos em situações similares, como os deputados Carla Zambelli e Alexandre Ramagem, condenados e atualmente foragidos, não estavam em igual nível de atenção.

Durante a manifestação, a Polícia Legislativa tomou a decisão controversa de retirar jornalistas do plenário, criando um ambiente de tensão e ausência de transparência. Glauber, optando por permanecer na cadeira presidencial, contou com o apoio de seus aliados, sublinhando a divisão crescente dentro da Casa.

Comparações foram feitas com o episódio de agosto, quando parlamentares bolsonaristas tomaram a Mesa Diretora em um motim. O líder do PT, Lindbergh Farias, criticou o bloqueio à imprensa e responsabilizou Hugo Motta pela polarização e pelos conflitos que se intensificam no Congresso, exigindo que uma solução política seja buscada com urgência.

Esse ato de Glauber Braga levanta questões sobre a condução dos trabalhos na Câmara e os limites da democracia representativa em tempos de crise política, refletindo a complexidade das interações entre os diferentes grupos presentes na Casa. A continuidade desse tipo de resistência e protesto pode alterar significativamente o cenário político atual.

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