Deputado do União Brasil Usa R$ 3,7 mil em Cota Parlamentar para 38 Visitas a Churrascarias e Não Apresenta Projetos na Câmara

Em um cenário recente que levanta questionamentos sobre a utilização da verba pública, o deputado federal José Eurípedes Clemente, conhecido como Lebrão e representante do União Brasil de Rondônia, se destacou por usar a Cota Para Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) em um número surpreendente de 38 vezes para frequentar churrascarias. Esse levantamento expõe não apenas o valor gasto, que soma R$ 3,7 mil, mas também a falta de contrapartidas em termos de produtividade legislativa, já que desde sua eleição, em 2023, Lebrão não apresentou nenhum projeto, não fez discursos em plenário e também não presidiu comissões.

De acordo com informações divulgadas, essa prática não é isolada. Outros parlamentares, como Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) e Ana Paula Leão (PP-MG), também figuram entre os frequentadores de churrascarias utilizando a cota parlamentar. A informação contrasta com planos mais produtivos que poderiam ser esperados de um representante eleito, uma vez que a responsabilidade de um deputado envolve a promoção de leis e o debate de pautas relevantes para a sociedade.

A cota parlamentar é um recurso destinado a cobrir despesas relacionadas ao exercício da função, que incluem alimentação, transporte e atividades que visem à divulgação dos mandatos. Desde 2023, reports indicam que os deputados federais já desembolsaram pelo menos R$ 3,2 milhões em alimentação, com os bufês que atendem em domicílio sendo os principais serviços contratados. O gasto mais elevado até o momento foi registrado pelo atual presidente da Câmara, Hugo Motta, que destinou R$ 27 mil a um evento que reuniu 30 membros do seu partido.

Enquanto essa situação gerou polêmica, levantando questionamentos sobre a ética e a responsabilidade dos representantes, muitos analistas ressaltam que, apesar de chocar, esses gastos são legais conforme a regulamentação da CEAP. Porém, a discussão sobre a importância da utilização consciente e produtiva desses recursos se faz necessária, especialmente em um contexto onde a expectativa de retorno em ações concretas para a população é cada vez mais alta.

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