Deputado do PT Acusa Governo de ‘Furto’ em Projeto Antifacção e Critica Mudanças que Compararam Facções ao Terrorismo

O deputado Lindbergh Farias, líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, fez sérias acusações ao governo federal, afirmando que este teria sido vítima de um “furto com abuso de confiança” em relação ao Projeto de Lei Antifacção. As declarações do parlamentar surgem em meio a polêmicas sobre as recentes mudanças promovidas pelo relator da proposta, Guilherme Derrite, do Partido Progressista de São Paulo. Derrite, que atualmente está licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública no estado, teria, segundo Lindbergh, distorcido a essência do projeto original, que era uma iniciativa do Ministério da Justiça.

O projeto inicial tinha como objetivo o endurecimento das penas para crimes organizados, a criação de um Banco Nacional de Facções Criminosas e o bloqueio de bens relacionados a essas atividades criminosas. No entanto, para o líder petista, Derrite “subtraiu a autoria e o espírito” da proposta ao integrar o texto à Lei Antiterrorismo. Essa mudança, segundo Lindbergh, gera uma “equiparação funcional” entre facções criminosas e atividades terroristas, algo que o projeto original buscava evitar.

Ainda em sua análise, o deputado alertou que as alterações propostas por Derrite poderiam, em última instância, colocar em risco a soberania nacional. Ele destacou que o novo formato do projeto permitiria a aplicação automática de diversos tratados internacionais relacionados ao combate ao terrorismo, o que poderia resultar em sanções financeiras e até mesmo o congelamento de bens de cidadãos brasileiros. Essa perspectiva levantou a preocupação não apenas entre os integrantes do PT, mas também no Palácio do Planalto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia expressado seu descontentamento com a escolha de Derrite para a relatoria, solicitando explicações ao presidente da Câmara, Hugo Motta. Em defesa do texto, Motta declarou que as considerações do governo estavam mantidas e que a proposta, ainda assim, reforça o combate às facções. O presidente da Câmara garantiu que o debate sobre o projeto será conduzido de maneira ampla, transparente e democrática, buscando um consenso que atenda às diferentes visões sobre o tema. A questão é complexa e reflete a tensão entre a necessidade de efetivar a segurança pública e a preservação dos direitos fundamentais dos cidadãos.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo