O retorno de Arthur Lira à posição de deputado transformou a proposta em um assunto delicado e controverso, uma vez que o ex-presidente da Casa era contrário à medida. Durante sua gestão, a PEC da prisão em segunda instância estava em tramitação na comissão especial, mas foi engavetada sem ser votada, mesmo com o relatório pronto.
O deputado Fábio Trad (PSD-MS), relator da PEC na época, retirou seu texto de tramitação após mudanças nos membros do colegiado promovidas por partidos do Centrão. Com o prazo para votação expirado, Arthur Lira argumentou que a Mesa Diretora da Câmara deveria decidir sobre o futuro da comissão. A proposta acabou em um “limbo” e nunca mais foi retomada.
Agora, com a iniciativa de Sanderson, a retomada da discussão sobre a prisão em segunda instância se torna uma possibilidade mais concreta. O novo presidente da Câmara ainda não respondeu ao requerimento do deputado bolsonarista em relação à comissão da PEC. A expectativa é que Hugo Motta se manifeste nos próximos dias e defina os próximos passos em relação à proposta.
Para alguns caciques da Câmara, a manobra que inviabilizou a votação da proposta teve a chancela de Arthur Lira, que não via com bons olhos a aprovação da medida. A decisão de Motta em relação à continuidade da análise da PEC será aguardada com expectativa pelos deputados e pela sociedade em geral.