Deputado Bolsonarista Propõe Lei para Proibir Atletas Trans de Competirem com Cisgêneros no Brasil



O deputado federal Daniel Freitas (PL-SC), alinhado com as ideologias bolsonaristas, apresentou nesta terça-feira um novo projeto de lei (PL) no Congresso Nacional, visando modificar a Lei Geral do Esporte no Brasil. O objetivo central da proposta é proibir a participação de atletas transgêneros em competições esportivas que envolvam atletas cisgêneros. De acordo com o texto, a definição do gênero dos competidores deverá ser baseada nos cromossomos sexuais.

A proposta é clara: “Fica estabelecido como o critério definidor do gênero dos esportistas em todos os esportes e competições oficiais, que atletas com genótipo XX compitam apenas com outros atletas XX, e atletas com genótipo XY compitam apenas com outros atletas XY”, detalha o documento apresentado pelo parlamentar.

Para contextualizar, pessoas cisgênero são aquelas que se identificam com o sexo biológico atribuído ao nascimento, seja masculino ou feminino. Em contrapartida, indivíduos transgêneros são aqueles que não se reconhecem com o sexo biológico designado. O PL permite que federações desportivas promovam competições exclusivas para pessoas transgênero, desde que ocorram entre indivíduos de mesmos sexos biológicos.

A iniciativa gerou ampla discussão, principalmente entre políticos da oposição. A polêmica intensificou-se após diversos bolsonaristas disseminarem informações incorretas nas redes sociais sobre a boxeadora argelina Imane Khelif, na semana anterior. Os parlamentares se referiram a Khelif, que é intersexo, como uma mulher trans ou “homem biológico”, questionando a legitimidade de sua participação nas Olimpíadas de Paris 2024. Tais comentários foram propagados por figuras como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Eduardo Girão (PL-RJ), logo após Khelif ter vencido a primeira rodada da categoria até 66kg no boxe feminino.

A adversária italiana de Khelif, Angela Carini, comentou após a luta que desistiu por sentir dores no nariz e negou que sua decisão tivesse qualquer relação com a condição intersexo da boxeadora argelina.

A proposta de Daniel Freitas reflete uma questão mais ampla e controversa no cenário esportivo global: como equacionar a inclusão e as questões de justiça competitiva nos esportes. Se aprovado, o PL trará mudanças significativas às regras de participação de atletas transgêneros nas competições oficiais do Brasil, impactando diretamente a política esportiva do país. Este é um debate que certamente ganhará contínuos desdobramentos, alimentado pelas tensões políticas e sociais atuais.

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