Durante suas intervenções nas redes sociais, Ramagem se concentrou em desacreditar os fundamentos da sentença, alegando que a decisão judicial se baseou predominantemente na delação premiada de Mauro Cid, que foi ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele questionou a credibilidade da delação, afirmando: “Todos sabem que a delação do Mauro Cid foi a espinha dorsal de toda essa ação. Porém, você sabia que o delator Mauro Cid não me citou uma única vez nesta delação? E eu estou no núcleo crucial do golpe, sem nenhuma citação minha.”
O deputado não hesitou em caracterizar o processo como uma farsa, uma “perseguição política clara e indisfarçada”. O relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, contrastou a defesa de Ramagem, afirmando que o então diretor da Abin usou o órgão como uma central de contrainteligência que operava em prol de uma organização criminosa. Segundo Moraes, durante a gestão de Ramagem à frente da Abin, a agência foi manipulada para gerar e disseminar informações falsas visando adversários políticos.
Nos autos do processo, Moraes indicou que documentos elaborados por Ramagem em parceria com o general Augusto Heleno, ex-titular do Gabinete de Segurança Institucional, foram utilizados no contexto das ações ilegais do governo anterior. Em resposta a essa acusação, Ramagem sustentou que “vasculharam a minha vida e só encontraram escritos particulares, sem qualquer crime”. Ele ainda ressaltou que a única prova apresentada contra ele consistia em um vídeo com transcrição que foi enviado ao presidente Jair Bolsonaro durante uma audiência pública no plenário. A situação levanta questões sobre a natureza e as implicações políticas que envolvem este caso que culminou em uma condenação significativa e controversa.