Deputado Alexandre Ramagem Contesta Condenação do STF e Denuncia Perseguição Política em Caso de Suposto Golpe de Estado

Neste sábado, o deputado federal Alexandre Ramagem, do PL do Rio de Janeiro e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), fez uma defesa contundente de sua inocência após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de 16 anos de prisão. O político é acusado de estar envolvido em uma tentativa de golpe de Estado, o que acarretou automaticamente a perda de seu mandato parlamentar, uma vez que a pena ultrapassa o limite constitucional de 120 dias de ausência permitido para parlamentares. Além disso, Ramagem será afastado de sua função como delegado da Polícia Federal, na qual atuava como servidor de carreira.

Durante suas intervenções nas redes sociais, Ramagem se concentrou em desacreditar os fundamentos da sentença, alegando que a decisão judicial se baseou predominantemente na delação premiada de Mauro Cid, que foi ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele questionou a credibilidade da delação, afirmando: “Todos sabem que a delação do Mauro Cid foi a espinha dorsal de toda essa ação. Porém, você sabia que o delator Mauro Cid não me citou uma única vez nesta delação? E eu estou no núcleo crucial do golpe, sem nenhuma citação minha.”

O deputado não hesitou em caracterizar o processo como uma farsa, uma “perseguição política clara e indisfarçada”. O relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, contrastou a defesa de Ramagem, afirmando que o então diretor da Abin usou o órgão como uma central de contrainteligência que operava em prol de uma organização criminosa. Segundo Moraes, durante a gestão de Ramagem à frente da Abin, a agência foi manipulada para gerar e disseminar informações falsas visando adversários políticos.

Nos autos do processo, Moraes indicou que documentos elaborados por Ramagem em parceria com o general Augusto Heleno, ex-titular do Gabinete de Segurança Institucional, foram utilizados no contexto das ações ilegais do governo anterior. Em resposta a essa acusação, Ramagem sustentou que “vasculharam a minha vida e só encontraram escritos particulares, sem qualquer crime”. Ele ainda ressaltou que a única prova apresentada contra ele consistia em um vídeo com transcrição que foi enviado ao presidente Jair Bolsonaro durante uma audiência pública no plenário. A situação levanta questões sobre a natureza e as implicações políticas que envolvem este caso que culminou em uma condenação significativa e controversa.

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