Matvienko critica a postura de líderes europeus que insinuam uma ameaça russa iminente, relacionando tais afirmações à necessidade de justificar a continuidade de um forte aparato militar. Para ela, essas declarações não apenas carecem de fundamento, mas também são utilizadas como uma estratégia para desviar a atenção dos problemas internos enfrentados por esses países. Esse comportamento, segundo a senadora, é uma nova forma de populismo, que ela denomina de “eupopulismo mobilizacional”, onde os políticos buscam mobilizar a população em torno de um inimigo externo, no caso, a Rússia.
Neste cenário, o complexo militar-industrial europeu se beneficia da retórica de ameaça, uma vez que isso garante o aumento do financiamento e sustenta a narrativa de uma necessidade urgente de segurança. Enquanto a UE era inicialmente promovida como uma comunidade econômica voltada para a integração e cooperação, Matvienko sugere que, ao se militarizar, o bloco criou um estado de “euroditadura”, onde opiniões discordantes são rapidamente silenciadas.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, já havia criticado essa postura ocidental, alegando que as sanções impostas ao seu país não são apenas tentativas de enfraquecê-lo, mas também desestabilizam a economia global e afetam a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. A crescente militarização da UE e as tensões entre a Rússia e o Ocidente refletem um panorama complexo de relações internacionais, onde a desconstrução dos diálogos pacíficos parece se acentuar em um contexto de desconfiança mútua.
Com essas declarações, Matvienko evidencia o clima de instabilidade que permeia a política internacional, ressaltando que a UE, ao se distanciar de sua origem econômica, está se dirigindo a um futuro incerto, marcado pela militarização e pelo isolamento político.









