Segundo a parlamentar, os agentes da guarda municipal utilizaram spray de pimenta, gás lacrimogênio e balas de borracha contra os presentes no momento em que marmitas estavam sendo distribuídas aos ocupantes. “Estávamos lá na negociação quando chegou o almoço do pessoal que estava ocupando. Nisso, já começaram a tacar gases na gente. Fui tentar negociar como deputada e acabei recebendo spray no rosto e tiros de bala de borracha. Estou com a perna toda machucada e quero identificar quais guardas fizeram isso”, afirmou Laura Sito em entrevista ao GLOBO.
Após o ocorrido, a deputada registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal na Polícia Civil, que irá investigar o caso. A prefeitura de Porto Alegre, por sua vez, afirmou que os ocupantes do prédio agiram de forma irregular, mas informou que abrirá negociações com o grupo. “Há uma decisão já tomada pelo município, por orientação do prefeito Sebastião Melo, de retirada deste prédio da possibilidade de venda, e a destinação dele para habitação social. Lamentamos que isso não tenha sido feito em uma mesa de negociação, não necessariamente em um processo de ocupação”, declarou o secretário municipal de Habitação e Regularização Fundiária, André Machado.
Diante das denúncias de violência, a gestão de Sebastião Melo abriu um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias do conflito. “Este tipo de abordagem foge à normalidade das ações da corporação, que são pautadas no diálogo. Nenhum de nós tem interesse no conflito, na violência. Vamos garantir a segurança de todos até a conclusão do processo”, afirmou o comandante da Guarda Municipal, Marcelo Nascimento.
Este incidente expõe a tensão entre manifestantes de movimentos sociais em busca de moradias dignas e as forças de segurança municipais. A atitude agressiva por parte dos agentes da guarda municipal causa preocupação e levanta questionamentos sobre a forma como as negociações estão sendo conduzidas. Resta agora aguardar o desenrolar das investigações e as medidas que serão tomadas para garantir a segurança e os direitos das pessoas envolvidas nesse conflito.