Deputada estadual do PT relata agressão por agentes da Guarda Municipal durante ocupação de prédio da prefeitura em Porto Alegre

A deputada estadual Laura Sito, do PT, e presidente da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, denunciou neste sábado ter sido agredida por agentes da guarda municipal de Porto Alegre. O incidente ocorreu durante as negociações de uma ocupação realizada por integrantes do Movimento de Luta Nacional pela Moradia em um prédio desativado da prefeitura, sob o comando do prefeito Sebastião Melo, do MDB, no Centro Histórico da capital gaúcha.

Segundo a parlamentar, os agentes da guarda municipal utilizaram spray de pimenta, gás lacrimogênio e balas de borracha contra os presentes no momento em que marmitas estavam sendo distribuídas aos ocupantes. “Estávamos lá na negociação quando chegou o almoço do pessoal que estava ocupando. Nisso, já começaram a tacar gases na gente. Fui tentar negociar como deputada e acabei recebendo spray no rosto e tiros de bala de borracha. Estou com a perna toda machucada e quero identificar quais guardas fizeram isso”, afirmou Laura Sito em entrevista ao GLOBO.

Após o ocorrido, a deputada registrou um boletim de ocorrência por lesão corporal na Polícia Civil, que irá investigar o caso. A prefeitura de Porto Alegre, por sua vez, afirmou que os ocupantes do prédio agiram de forma irregular, mas informou que abrirá negociações com o grupo. “Há uma decisão já tomada pelo município, por orientação do prefeito Sebastião Melo, de retirada deste prédio da possibilidade de venda, e a destinação dele para habitação social. Lamentamos que isso não tenha sido feito em uma mesa de negociação, não necessariamente em um processo de ocupação”, declarou o secretário municipal de Habitação e Regularização Fundiária, André Machado.

Diante das denúncias de violência, a gestão de Sebastião Melo abriu um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias do conflito. “Este tipo de abordagem foge à normalidade das ações da corporação, que são pautadas no diálogo. Nenhum de nós tem interesse no conflito, na violência. Vamos garantir a segurança de todos até a conclusão do processo”, afirmou o comandante da Guarda Municipal, Marcelo Nascimento.

Este incidente expõe a tensão entre manifestantes de movimentos sociais em busca de moradias dignas e as forças de segurança municipais. A atitude agressiva por parte dos agentes da guarda municipal causa preocupação e levanta questionamentos sobre a forma como as negociações estão sendo conduzidas. Resta agora aguardar o desenrolar das investigações e as medidas que serão tomadas para garantir a segurança e os direitos das pessoas envolvidas nesse conflito.

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