Pesquisas recentes revelam que a saúde mental dos idosos é frequentemente negligenciada, tanto por parte dos próprios pacientes quanto pelos profissionais de saúde que os atendem. Muitos idosos não conseguem reconhecer os sinais de depressão ou simplesmente não se sentem à vontade para expressar suas preocupações a respeito de sua saúde mental. Isso é reforçado pelo estigma associado a doenças mentais, que, segundo especialistas, ainda permeia a sociedade, fazendo desses indivíduos os mais vulneráveis à incompreensão.
Pascal Schlechter, psicólogo do Instituto de Psicologia da Universidade de Münster, na Alemanha, ressalta que essa questão é complexa. Ele aponta que a relutância em admitir problemas de saúde mental não é exclusiva dos idosos, mas que, na população mais velha, essa resistência pode ser ainda mais acentuada. Sem o apoio adequado, muitos acabam tragicamente sufocando suas angústias e tristezas sem a possibilidade de buscar ajuda.
Além disso, a situação é agravada pela possibilidade de diagnósticos errôneos. Médicos podem, muitas vezes, confundir sintomas de depressão com problemas físicos, uma situação comum entre os mais velhos que, devido a condições de saúde preexistentes, sofrem essas confusões. Isso não apenas impede que recebam o tratamento necessário, mas também contribui para a perpetuação de uma visão distorcida sobre a saúde mental na terceira idade.
Portanto, é fundamental que haja uma maior sensibilização e educação, tanto para a população idosa quanto para os profissionais de saúde. A promoção do diálogo aberto sobre saúde mental é uma estratégia essencial para minimizar os tabus e permitir que os idosos se sintam mais confortáveis para buscar a ajuda necessária. Esse avanço pode ser um passo significativo para garantir que uma parte da população que merece cuidado e atenção não permaneça à margem das discussões sobre saúde mental.