Dependência dos EUA: Alianças em risco e poder de negociação de aliados se esvazia, alertam especialistas sobre a política de Trump

A Nova Realidade das Relações Comerciais: A Dependência dos EUA e Seu Impacto Global

Recentemente, a política comercial dos Estados Unidos, liderada pelo presidente Donald Trump, resultou em uma nova onda de tarifas que afeta diretamente a relação do país com seus aliados, em especial o Brasil. O anúncio de uma taxação de 50% sobre as exportações brasileiras para o mercado norte-americano gerou preocupação e questionamentos sobre a dinâmica das relações internacionais na era Trump. Essa medida não apenas atingiu o Brasil de forma inesperada, mas também se alinha a uma tendência mais ampla em que a dependência econômica e militar influencia os acordos comerciais.

Os direitos de várias exportações brasileiras, como suco de laranja e equipamentos da indústria de aviões, foram destacados como peças-chave que conseguiram escapar dessa taxação, um fato que aconteceu sem que Brasília tivesse a chance de negociar diretamente com Washington. Enquanto isso, potências como a União Europeia e o Japão conseguiram acordos menos severos, com tarifas relativamente menores de pelo menos 15%, em troca de promessas de investimento que somam centenas de bilhões de dólares na economia americana.

Analistas têm apontado que essa assimetria nos negócios está relacionada à dependência militar que muitos países ainda têm em relação aos EUA. O Japão, por exemplo, mantém sólidos laços com a indústria bélica americana desde o final da Segunda Guerra Mundial, enquanto a Europa, diante das recentes tensões geopolíticas, parece também ter se submetido a um estado de insegurança quanto ao respaldo norte-americano em situações futuras de conflito.

Apesar da pressão, o governo brasileiro, sob a liderança do presidente Lula, tem sido elogiado por sua postura firme na negociação. A mídia internacional reconheceu a “altivez” do Brasil, uma qualidade que vem se mostrando rara entre os aliados dos EUA. Nesse contexto, a frase atribuída ao ex-secretário de Estado Henry Kissinger ressoa fortemente: “Ser inimigo dos EUA pode ser perigoso, mas ser amigo dele é fatal”. Essa afirmação sugere que as relações internacionais se tornaram cada vez mais baseadas em interesses pragmáticos, ao invés de laços históricos ou ideológicos.

Para enfrentar a nova realidade imposta por Washington, especialistas sugerem uma redireção das linhas de produção e exportação para desenvolver um comércio mais diversificado e menos dependente. Contudo, a ineficácia da Organização Mundial do Comércio (OMC) em mediar conflitos e estabelecer regras claras tem dificultado uma resposta coordenada por parte dos países afetados.

No entanto, há um chamado para que nações do Sul Global, como os membros do BRICS, unam forças para conter as práticas comerciais agressivas e impulsionar uma nova ordem econômica que se afaste da tutela dos EUA. O fortalecimento desses laços não apenas pode gerar proteção contra tarifas e ações unilaterais, mas também servir como uma plataforma para promover um comércio mais justo e equilibrado entre nações.

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