Depoimento no Supremo: Delegado Federal faz Revelações sobre Caso Marielle Franco
No segundo dia de audiências de instrução no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga o trágico assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o delegado Guilhermo de Paula Machado Catramby, da Polícia Federal, prestou um depoimento substancial. O depoimento foi colhido pelo desembargador Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
Catramby foi convocado pelo Ministério Público Federal como testemunha de acusação e em suas primeiras duas horas de depoimento, ele forneceu um panorama detalhado sobre as complexas tramas fundiárias dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão na zona oeste do Rio de Janeiro. Os irmãos são apontados como mandantes do crime e têm conexões supostas com milícias operantes na região.
Uma das revelações mais encerradas de Catramby foi seu desconforto em relação às lacunas detectadas na investigação inicial conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Segundo ele, surpreendentemente, apenas imagens de câmeras de segurança de um perímetro de 450 metros na rota de fuga dos suspeitos foram analisadas, um fato que considera inexplicável e que poderia representar uma falha crítica na coleta de evidências.
Adicionalmente, o delegado relatou supostas tentativas de Giniton Lages, o primeiro delegado responsável pelo caso Marielle, para coagir o miliciano Orlando Curicica a assumir a autoria do crime. Orlando Curicica, já preso, ainda aguarda para ser ouvido pelo Supremo, o que poderá lançar mais luz sobre a complexidade e os interesses ocultos por trás do caso.
As audiências no STF têm atraído grande atenção da mídia e da população, especialmente pelo impacto do assassinato de Marielle Franco, uma figura política que se destacou pela defesa dos direitos humanos e pela luta contra as injustiças sociais no Rio de Janeiro. O caso é emblemático e seu desfecho poderá estabelecer precedentes importantes no combate à violência e à impunidade no país.
Os trabalhos no Supremo Tribunal Federal devem continuar até a próxima sexta-feira, e espera-se que novos depoimentos e evidências contribuam para a elucidação dos fatos que culminaram nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes. A busca por justiça continua, com a expectativa de que os responsáveis sejam devidamente identificados e punidos conforme a lei.
