Segundo a denúncia da PGR, Marília Alencar atuou em uma organização criminosa com o objetivo de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Antes de ocupar um cargo na alta cúpula da SSP do DF, Marília era diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, durante a gestão de Anderson Torres, e participou da articulação para a organização de blitze em todo o país em 2022.
Mensagens trocadas por Marília e outros membros da organização revelaram um interesse claro em dificultar o acesso de eleitores petistas às zonas eleitorais. Em diversos diálogos, os denunciados discutiram estratégias para interferir no processo eleitoral, incluindo o direcionamento de equipes policiais para regiões com maior votação em Lula da Silva, além de impedir que o candidato do PT alcançasse votações expressivas.
Além disso, a denúncia apontou que as planilhas analisadas pelos grupos forneceram dados sobre o número de votos recebidos por candidatos em cada município do Brasil no primeiro turno das eleições presidenciais de 2022, o que ajudou na criação de um painel de Business Intelligence solicitado por Marília Alencar.
As investigações também revelaram que a diretoria-geral da Polícia Rodoviária Federal à época direcionou recursos da PRF para impedir que Jair Bolsonaro perdesse o poder. A denúncia destacou a coordenação de estratégias para interferir no pleito e a inércia da Secretaria de Segurança Pública do DF diante dos alertas sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
A defesa de Marília Alencar afirmou confiar na análise técnica do STF sobre a denúncia da PGR e alegou que a delegada apenas cumpria suas atribuições como diretora de Inteligência do MJSP e subsecretária de Inteligência da SSP-DF. A defesa também ressaltou que Marília atuou para prevenir os atos de 8 de janeiro de 2023.
O caso continua em investigação, e tanto Marília Alencar quanto outros envolvidos serão julgados pela suposta tentativa de interferência no processo eleitoral de 2022 e nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.