Nos últimos dois anos, a Arábia Saudita já havia recebido Bashar al-Assad algumas vezes, sinalizando uma reaproximação que ficou suspensa durante a prolongada guerra civil síria, iniciada em 2011. Com a atual instabilidade em regiões vizinhas, como Gaza e Líbano, os Estados do Golfo têm se demonstrado não apenas interessados em solidificar suas relações com o novo governo sírio, mas também preocupados em mitigar problemas como o contrabando de substâncias ilícitas, incluindo o popular Captagon.
Recentemente, a Arábia Saudita demonstrou seu compromisso em ajudar a Síria ao enviar aeronaves carregadas de auxílio humanitário, incluindo alimentos e suprimentos médicos. Além disso, o governo do Kuwait expressou interesse em normalizar suas relações com Damasco, pedindo que a comunidade internacional reconsidere as sanções impostas ao país, especialmente após uma recente reunião entre autoridades do Kuwait e líderes sírios.
A mudança de postura da Síria em relação aos países árabes provocou uma resposta cautelosa por parte das potências ocidentais. Os Estados Unidos, que anteriormente consideravam grupos armados associados ao governo sírio como terroristas, estão agora dispostos a abrir canais de comunicação com o novo regime, refletindo a complexidade da dinâmica política regional.
Essa nova fase nas relações sírio-árabes poderá ter repercussões importantes, ampliando o alcance das iniciativas diplomáticas na região e talvez levando a um processo de paz mais amplo, que há anos se mostra evasivo. Assim, o desfecho dessa reaproximação ainda será um ponto focal nas dinâmicas políticas do Oriente Médio.