Delator revela em áudio repasse de valores a presidente da Câmara dos Deputados por desvios em obras de UBS.



Em uma interceptação telefônica realizada pelo Ministério Público Federal (MPF), um delator fez uma revelação explosiva em 2016, no contexto da operação Desumanidade, envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). A operação teve como alvo desvios em obras de construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) parcialmente financiadas por emendas parlamentares de Motta.

Durante a transcrição do grampo, um interlocutor identificado como Zezeca e Simão Pedro da Costa, funcionário da cidade de Emas, próxima a Patos (PB), base eleitoral da família Motta, conversam sobre supostos repasses de valores ao presidente da Câmara. Simão Pedro menciona que Hugo Motta teria recebido valores desviados de uma obra e fala sobre o então cunhado de Motta, Segundo Madruga, que na época era prefeito de Emas.

No diálogo transcrito, Simão Pedro faz menção a possíveis repasses de dinheiro vindos das obras para Hugo Motta, mencionando que isso estaria relacionado ao comportamento de Madruga. O delator José Aloysio Machado da Costa Junior, dono de uma empresa envolvida na operação, mencionou o áudio em seu acordo de colaboração premiada.

Apesar do acordo ter sido enviado ao Supremo Tribunal Federal em 2016, Motta não foi investigado, já que o acordo não foi homologado. A operação que tinha como alvo familiares de Motta foi arquivada na Paraíba. O delator afirmou que os valores mencionados corresponderiam a 20% dos desvios das obras das UBS destinados a Hugo Motta.

As irregularidades apontavam para um esquema de desvio de recursos públicos em contratos para construção de UBS e academias de saúde na cidade, parcialmente financiados por emendas de Hugo Motta. No entanto, a investigação não avançou devido ao arquivamento do caso na Justiça paraibana.

Este escândalo revela mais uma faceta dos problemas de corrupção que assolam a política brasileira, colocando em xeque a integridade de figuras públicas e a necessidade de um combate eficaz contra atos ilícitos no poder legislativo.

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