“Para mim, é um alívio. Bota um ponto final nessa história. Em 2019, tentaram me vincular ao caso e me apontar como mandante do crime. Teve o tal do porteiro tentando vincular a mim. Eu estava na Arábia na ocasião e fui massacrado“, afirmou ao portal Metrópoles.
O executor do crime, de acordo com as investigações, teria citado o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Inácio Brazão como o autor intelectual dos assassinatos. Este, por sua vez, negou qualquer envolvimento e solicitou acesso à investigação.
As suspeitas sobre uma possível participação do ex-presidente no caso foram levantadas após a revelação de dois depoimentos à Polícia Civil de um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde Bolsonaro tem uma casa. O porteiro afirmou que um dos acusados do assassinato teria entrado no condomínio com autorização de uma pessoa que atendeu o interfone na casa do ex-presidente. A versão, no entanto, foi desmentida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
Uma das linhas de investigação da Polícia Federal sobre a motivação do crime é uma disputa por terra na zona oeste do Rio. De acordo com Ronnie Lessa, Marielle virou alvo por defender a ocupação de terrenos por pessoas de baixa renda e que o processo fosse acompanhado por órgãos como o Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio e o Núcleo de Terra e Habitação, da Defensoria Pública do Rio. O mandante do assassinato buscava a regularização de um condomínio na região de Jacarepaguá sem respeitar o critério de área de interesse social e pretendia obter o título de propriedade para especulação imobiliária.
Essas revelações trazem à tona uma série de questionamentos sobre as complexidades do caso Marielle, que teve repercussão nacional e internacional. Com o desenrolar das investigações, espera-se que as informações sejam esclarecidas de maneira a encerrar as tentativas de associar figuras políticas e empresariais ao trágico crime. A delação de Ronnie Lessa e as investigações em curso podem trazer novos elementos que redefinam o entendimento do caso Marielle, abrindo espaço para um desfecho mais conclusivo.