Defesa de ex-assessor de Bolsonaro argumenta que monitorar Moraes não é crime em julgamento crucial sobre tentativa de golpe de Estado.

O ex-assessor de Jair Bolsonaro, Marcelo Câmara, está no centro de um polêmico julgamento que envolve acusações de tentativa de golpe de Estado, sendo um dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele é acusado de ter monitorado o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa de Câmara argumentará que a ação não constitui crime e que a denúncia carece de fundamentos sólidos, afirmando que o documento apresentado pela PGR não detalha adequadamente as condutas que justificariam sua inclusão no processo judicial.

O prazo para apresentação das defesas dos denunciados expira na próxima quinta-feira, dia 6, e a expectativa é de que os advogados de Câmara solicitem a retirada da acusação pela falta de evidências. Além disso, a PGR negou um pedido dos advogados de Bolsonaro que solicitava uma prorrogação do prazo para 83 dias, alegando que o período adicional seria necessário para compensar o tempo em que a acusação esteve sob análise da PGR.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou em seu parecer a inexistência de previsão legal para a ampliação do prazo de resposta, afirmando que o pedido apresentado não encontra respaldo nas normas vigentes. Segundo a legislação, o tempo destinado para a apresentação de defesa é rígido e não pode ser estendido sem uma justificativa válida.

Este julgamento se insere em um contexto mais amplo de apurações sobre os eventos que ocorreram em Brasília no dia 8 de janeiro, que resultaram em invasões a prédios públicos e tentativas de desestabilização das instituições democráticas. O desfecho desse caso pode ter repercussões significativas, não apenas para os acusados, mas também para o cenário político do Brasil, que tem enfrentado uma polarização cada vez mais acentuada nos últimos anos. A situação está sendo acompanhada de perto e pode alterar o rumo das discussões sobre responsabilidade e legalidade dentro da esfera pública, especialmente em relação ao comportamento de figuras políticas de destaque.

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